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quinta-feira, 3 de abril de 2014

NASA encerra cooperação com a Rússia


 A agência espacial americana, NASA, congelou todos os seus programas de cooperação com a Rússia, exceto na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), pela “violação da soberania e da integridade territorial” da Ucrânia, a intervenção russa na península da Crimeia, informou nesta quarta-feira (2) a agência americana em comunicado.

 Essa suspensão afeta todas as viagens dos funcionários da NASA para a Rússia, as visitas das equipes da Agência Espacial Federal Russa (Roscosmos) às instalações americanas, os encontros bilaterais, e-mails, tele e videoconferências, detalhou a agência.

 A notícia da NASA chega uma semana depois que astronautas russos e americanos partiram juntos em uma nave Soyuz da base de Baikonur, no Cazaquistão, rumo à ISS, no que foi considerada uma demonstração de parceria que superava as tensões políticas entre os governos de seus países.

 O cancelamento da cooperação com a Rússia foi noticiado em um primeiro momento a partir de um e-mail interno da NASA, divulgado nesta quarta-feira pela imprensa americana, cuja autenticidade foi confirmada depois pela agência espacial em comunicado.

 “Com a violação da soberania e da integridade territorial da Ucrânia que está em curso por parte da Rússia, a NASA suspende a maioria de seus compromissos vigentes com a federação russa", afirmou a agência espacial americana em nota.

 Além disso, a NASA explicou que o fim de sua “dependência” da Rússia em material espacial foi “uma prioridade máxima da Administração Obama durante os últimos cinco anos”.

 Com esse objetivo, a agência desenvolveu um plano para que as missões espaciais com a participação de astronautas americanos voltem a ser lançadas a partir do território nacional.

 “Com os níveis reduzidos de recursos aprovados pelo Congresso, esperamos decolar do solo dos Estados Unidos em 2017”, diz o comunicado, algo que poderia ocorrer já em 2015, segundo a NASA, se seus planos tivessem “pleno financiamento”.

 “A escolha aqui é entre financiar o plano para trazer de volta as decolagens espaciais para os Estados Unidos ou continuar enviando milhões de dólares para os russos”. “É simples assim”.

“A Administração Obama prefere investir nos Estados Unidos e esperamos que o Congresso faça o mesmo”, concluiu a agência espacial.

‣ Fonte (em inglês): NASA/Google+ e NASA/Facebook
‣ Via: Terra Networks e From Quarks to Quasars

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Assassina em série galáctica

Esta nova imagem obtida pelo telescópio MPG/ESO de 2,2 metros situado no Observatório de La Silla do ESO mostra duas galáxias muito contrastantes: a NGC 1316 e a sua companheira menor NGC 1317 (à direita).  Embora a NGC 1317 pareça ter tido uma vida plácida, a sua companheira maior mostra as cicatrizes de anteriores episódios de fusão com outras galáxias. Crédito: ESO
 Esta nova imagem obtida pelo telescópio MPG/ESO de 2,2 metros situado no Observatório de La Silla do ESO, mostra duas galáxias muito contrastantes: NGC 1316 e a sua companheira menor NGC 1317 (à direita). 

 Estas duas galáxias encontram-se muito próximas uma da outra, mas têm histórias muito distintas. A pequena espiral NGC 1317 tem tido uma vida calma, mas NGC 1316 já engoliu várias outras galáxias ao longo de uma história violenta e mostra bem suas cicatrizes de guerra. 

 Diversos indícios na estrutura da galáxia NGC 1316 revelam que o seu passado foi turbulento. Por exemplo, o objeto apresenta algumas faixas incomuns de poeira, situadas no interior de um envelope de estrelas muito maior, e uma população de aglomerados estelares globulares particularmente pequenos. 

 Estes fatos sugerem que esta galáxia pode ter engolido uma galáxia em espiral rica em poeira há cerca de três bilhões de anos atrás. 

 Veem-se também caudas de maré muito tênues em torno da galáxia - restos e envelopes de estrelas que foram arrancadas das suas posições originais e lançadas para o espaço intergaláctico, resultado de complexos efeitos gravitacionais nas órbitas das estrelas quando outra galáxia se aproxima demais. 

 Todos estes sinais apontam para um passado violento durante o qual NGC 1316 anexou outras galáxias e sugerem ainda que este comportamento perturbador continua. 

Este mapa mostra a maioria das estrelas visíveis a olho nu num céu escuro e límpido na pequena constelação da Fornalha. Esta constelação contém uma concentração de galáxias próximas, incluindo o par de galáxias em interação NGC 1316 e NGC 1317 (assinaladas com um círculo vermelho). Estes objetos são suficientemente brilhantes para poderem ser vistos como manchas circulares difusas e ténues através de um telescópio amador de tamanho médio. Crédito: ESO, IAU and Sky & Telescope
 NGC 1316 situa-se a cerca de 60 milhões de anos-luz de distância na constelação da Fornalha. Tem também o nome de Fornax A, refletindo o fato de ser a mais brilhante fonte de emissão de rádio na constelação - é na realidade a quarta fonte rádio mais brilhante em todo o céu. 

 Esta emissão de rádio deve-se a material que está caindo em direção ao buraco negro de massa extremamente elevada situado no centro da galáxia, ao qual tem sido fornecido, muito provavelmente, combustível adicional devido às interações com outras galáxias. 

 Esta nova imagem muito detalhada obtida pelo telescópio MPG/ESO de 2,2 metros situado no Observatório de La Silla do ESO no Chile, foi criada a partir de muitas imagens individuais do arquivo ESO. 

 O objetivo das observações originais era revelar estes atributos mais tênues e estudar as perturbações neste interessante sistema. A nova imagem mostra também uma janela para o Universo longínquo, para muito além das galáxias em interação que se veem em primeiro plano. 

 A maioria dos pontos tênues e difusos da imagem são galáxias muito mais distantes, existindo uma concentração particularmente densa à esquerda de NGC 1316. 

Esta imagem mostra o céu em torno do par de galáxias NGC 1316 e NGC 1317 e foi criada a partir de dados do Digitized Sky Survey 2. Crédito: ESO/Digitized Sky Survey 2
 Existem imagens que mostram em detalhe estas faixas de poeira, obtidas pelo Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA. Estes valores correspondem a uma frequência de rádio de 1400 MHz, para outras frequências a ordem é diferente. 

Este zoom começa com uma vista alargada do céu, que inclui a familiar constelação de Orion. Aproximamo-nos seguidamente da constelação da Fornalha, onde vemos duas galáxias próximo uma da outra. Trata-se do contrastante par de galáxias NGC 1316 e da sua companheira menor NGC 1317. Embora a NGC 1317 pareça ter tido uma vida plácida, a sua companheira maior mostra as cicatrizes de anteriores episódios de fusão com outras galáxias. Crédito: ESO/Digitized Sky Survey 2/A. Fujii/Nick Risinger (skysurvey.org). Música: movetwo

 O ESO é a mais importante organização europeia intergovernamental para a pesquisa em astronomia e é o observatório astronômico mais produtivo do mundo. O ESO é financiado por 15 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Brasil, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Itália, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia e Suíça. 

 O ESO destaca-se por levar a cabo um programa de trabalhos ambicioso, focado na concepção, construção e funcionamento de observatórios astronômicos terrestres de ponta, que possibilitam aos astrônomos importantes descobertas científicas. O ESO também tem um papel importante na promoção e organização de cooperação nas pesquisas astronômicas. 

Este vídeo mostra-nos vistas de pormenor da nova imagem obtida com o telescópio MPG/ESO de 2,2 metros situado no Observatório de La Silla, no Chile. O vídeo mostra o par de galáxias contrastantes NGC 1316 e a sua companheira menor NGC 1317. A NGC 1317 não mostra ter perturbações, apresentando uma estrutura em espiral bem definida. A sua companheira maior, no entanto, apresenta cicatrizes de eventos violentos passados, de alturas em que engoliu outras galáxias. Crédito: ESO. Música: movetwo

 O ESO mantém em funcionamento três observatórios de ponta, no Chile: La Silla, Paranal e Chajnantor. No Paranal, o ESO opera o Very Large Telescope, o observatório astronômico óptico mais avançado do mundo e dois telescópios de rastreio. 

 O VISTA, o maior telescópio de rastreio do mundo que trabalha no infravermelho e o VLT Survey Telescope, o maior telescópio concebido exclusivamente para mapear os céus no visível. O ESO é o parceiro europeu do revolucionário telescópio ALMA, o maior projeto astronômico que existe atualmente. 

 O ESO está planejando o European Extremely Large Telescope, E-ELT, um telescópio de 39 metros que observará na banda do visível e infravermelho próximo. O E-ELT será “o maior olho do mundo virado para o céu”.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Rosetta registra o Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko pela primeira vez depois de ter acordado

Esta imagem do Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko foi tirada em 21 de março de 2014, pela câmera de ângulo estreito Optical, Spectroscopic and Infrared Remote Imaging System (OSIRIS), da nave espacial Rosetta. Crédito: ESA © 2014 MPS for OSIRIS-Team MPS/UPD/LAM/IAA/SSO/INTA/UPM/DASP/IDA
 A sonda Rosetta registrou a primeira imagem de seu cometa de destino desde que acordou de seu sono cósmico em 20 de janeiro de 2014.

 As primeiras imagens do Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko foram feitas nos dias 20 e 21 de março de 2014 com a câmera de grande angular e pela câmera de ângulo estreito do instrumento chamado Optical, Spectroscopic and Infrared Remote Imaging System (OSIRIS) da sonda.

 A Rosetta é uma missão internacional liderada pela Agência Espacial Europeia (ESA) com suporte e instrumentos fornecidos pela NASA. As duas imagens foram feitas a uma distância de cerca de cinco milhões de quilômetros e necessitou uma série de exposições de 60 a 300 segundos, feitas com as câmeras de ângulo estreito e de grande angular.

 O imageamento do 67P/Churyumov-Gerasimenko é parte de seis semanas de atividades dedicadas para preparar os instrumentos científicos da sonda para o estudo mais detalhado do cometa que está por vir. A sonda Rosetta está viajando pelo Sistema Solar por 10 anos, e alcançará o Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko em agosto desse ano.

Esta imagem do Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko foi tirada em 20 de março de 2014, pela câmera de grande ângulo Optical, Spectroscopic and Infrared Remote Imaging System (OSIRIS), da nave espacial Rosetta. Crédito: ESA © 2014 MPS for OSIRIS-Team MPS/UPD/LAM/IAA/SSO/INTA/UPM/DASP/IDA
 A sonda Rosetta foi reativada em 20 de janeiro de 2014 depois de 957 dias de hibernação. Os três instrumentos norte-americanos a bordo da Rosetta, são o Microwave Instrument for the Rosetta Orbiter, Alice (um espectrógrafo de imageamento ultravioleta) e o Ion and Electron Sensor.

 Os estados membros da ESA e a NASA contribuem para a missão Rosetta. A Airbuus Defense and Space construiu a sonda Rosetta. O Jet Propulsion Laboratory (JPL) gerencia a contribuição norte-americana da missão Rosetta para o Science Mission Directorate da NASA em Washington.

 O JPL também construiu o Microwave Instrument for Rosetta Orbiter e hospeda seu principal pesquisador, Samuel Gulkis. O Southwest Research Institute em San Antonio desenvolveu o Ion and Electron Sensor, IES do módulo orbital Rosetta e hospeda seu principal pesquisador, James Burch. O Southwest Research Institute em Boulder, no Colorado, desenvolveu o instrumento Alice e hospeda seu principal pesquisador, Alan Stern.

- Para mais informações sobre os instrumentos norte-americanos, a bordo da sonda Rosetta, visite (em inglês): http://rosetta.jpl.nasa.gov

- Para mais informações sobre a sonda Rosetta, visite (em inglês): www.esa.int/rosetta

- Para mais informações sobre o Deep Space Network  (DSN), visite (em inglês): http://deepspace.jpl.nasa.gov/dsn

‣ Fonte (em inglês): NASA
‣ Via: CiencTec

quinta-feira, 27 de março de 2014

NASA sustenta pesquisa que ajuda a redefinir a borda do Sistema Solar

Essas imagens mostram a descoberta de ‘2012 VP113’ tiradas com cerca de 2 horas de diferença no dia 05 de novembro de 2012. O movimento de ‘2012 VP113’ se destaca em comparação com o estado estacionário do fundo de estrelas e galáxias. Crédito: Scott Sheppard/Carnegie Institution for Science
 O Sistema Solar tem um novo e mais distante membro na família. Cientistas utilizando observatórios terrestres descobriram um objeto que se acredita ter a órbita mais distante já encontrada além da conhecida borda do nosso Sistema Solar.

 Nomeado ‘2012 VP113', as observações do objeto — possivelmente um planeta anão — foram obtidas e analisadas com o auxílio da NASA. Um planeta anão é um objeto orbitando ao redor do Sol que é grande o suficiente para ter sua própria gravidade, puxando-se em uma forma esférica. As descobertas foram publicadas na edição de 27 de março na Nature.

 “Essa descoberta acrescenta o endereço mais distante, até agora, ao mapa da vizinhança dinâmica do nosso Sistema Solar”, disse Kelly Fast, cientista do Programa de Astronomia Planetária da NASA e da Diretoria de Missões Científicas (SMD) na sede da NASA, em Washington.

 “Embora a própria existência da Nuvem de Oort interior é trabalhada apenas como uma hipótese, essa descoberta pode ajudar a responder como ela pode ter se formado”.

 As observações e análises foram conduzidas e coordenadas por Chadwick Trujillo do Observatório Gemini, no Havaí e Scott Sheppard, da Carnegie Institution, em Washington. Eles utilizaram o telescópio de 4 metros do Observatório Nacional de Astronomia Óptica no Chile para descobrir 2012 VP113. 

As imagens da descoberta de ‘2012 VP113’, que tem a órbita mais distante conhecida no nosso Sistema Solar. Três imagens do céu noturno, cada uma com cerca de 2 horas de intervalo, foram combinadas em uma só imagem. A primeira imagem foi artificialmente colorida de vermelho, a segunda de verde e a terceira de azul. 2012 VP113 se movimentou entre cada imagem, como pode ser visto pelos pontos vermelho, verde e azul. O fundo onde estão às estrelas e as galáxias não se movimentaram e, assim, suas imagens vermelhas, verdes e azuis se combinam para mostrar-se como fontes brancas. Crédito: Scott S. Sheppard: Carnegie Institution for Science
 O telescópio é operado pela Fundação das Universidades para Pesquisa em Astronomia, sob contrato com a Fundação Nacional de Ciências. O telescópio Magalhães de 6,5 metros, no Observatório Las Campanas no Chile, foi utilizado pela Carnegie Institution para determinar a órbita de 2012 VP113 e obter informações detalhadas sobre as propriedades de sua superfície. 

 “A descoberta de 2012 VP113 mostra-nos que os confins do nosso Sistema Solar não é um deserto vazio como se pensava”, disse Trujillo, astrônomo e principal autor da pesquisa. 

 “Ao invés disso, essa é apenas a ponta do iceberg nos dizendo que há muitos corpos da Nuvem de Oort interna, aguardando por sua descoberta”.

 “Ele também ilustra o quão pouco sabemos sobre as partes mais distantes do nosso Sistema Solar e o quanto nos resta para explorá-lo”. 

 Nosso conhecido Sistema Solar consiste em planetas rochosos, como a Terra, que estão perto do Sol; nos planetas gigantes gasosos, que estão mais para fora e os objetos congelados do Cinturão de Kuiper, que se encontram um pouco além da órbita de Netuno. 

 Além disso, parece haver uma vantagem para o Sistema Solar, onde apenas um objeto um pouco menor do que Plutão, Sedna, era anteriormente conhecido por habitar a sua órbita. Mas o recém-descoberto 2012 VP113 tem uma órbita que permanece, mesmo além de Sedna, tornando-o mais distante conhecido no Sistema Solar. 

 Sedna foi descoberto além da borda do Cinturão de Kuiper, em 2003, e não se sabia se Sedna era único, como se pensava sobre Plutão antes do Cinturão de Kuiper ser descoberto em 1992. Com a descoberta de 2012 VP113, Sedna não é único, e 2012 VP113 é provavelmente o segundo membro conhecido numa hipótese da Nuvem de Oort interna. A Nuvem de Oort externa é a provável origem de alguns cometas. 

 “A busca por esses objetos distantes na Nuvem de Oort interna, além de Sedna e 2012 VP113, deve continuar, pois eles podem nos dizer muito sobre como nosso Sistema Solar se formou e evoluiu”, diz Sheppard. 

Diagrama da órbita do exterior do Sistema Solar. O Sol e os planetas terrestres estão no centro. As órbitas dos quatros planetas gigantes Júpiter, Saturno, Urano e Netuno são mostrados por círculos roxos. O Cinturão de Kuiper (incluindo Plutão) é mostrado pela região pontilhada em azul, além dos planetas gigantes. A órbita de Sedna é mostrada em laranja, enquanto 2012 do VP113 a órbita é mostrada em vermelho. Os dois objetos estão atualmente perto de sua maior aproximação ao Sol. Eles seriam muito ténues para serem detectados nas partes exteriores de suas órbitas. Crédito: Scott S. Sheppard: Carnegie Institution for Science
 Sheppard e Trujillo determinaram que possam existir cerca de 900 objetos com órbitas como as de Sedna e 2012 VP113, com tamanhos maiores que 1000 km. 

 2012 VP113 é provavelmente uma das centenas de milhares de objetos distantes que habitam uma região do Sistema Solar que nossos cientistas se referem como a Nuvem de Oort interior. 
A população total da Nuvem de Oort interna é provavelmente maior do que a do Cinturão de Kuiper e do principal cinturão de asteroides. 

 “Alguns desses objetos da Nuvem de Oort interna podem rivalizar com o tamanho de Marte ou mesmo da Terra”, disse Sheppard.

 “Isso ocorre porque muitos dos objetos da Nuvem de Oort interior estão tão distantes, que mesmo os muito grandes seriam fracos demais para detectarmos com a tecnologia atual”. 

 O ponto orbital de 2012 VP113 mais próximo ao Sol é cerca de 80 vezes a distância da Terra a partir do Sol, numa medida conhecida como Unidade Astronômica (UA). Os planetas rochosos e asteroides estão a distâncias que variam entre 0,39 e 4,2 UA. 

 Gigantes gasosos são encontrados entre 5 e 30 UA, e o Cinturão de Kuiper (composto por centenas de milhares de objetos congelados, incluindo Plutão) varia de 30 a 50 UA. 

 No nosso Sistema Solar, há uma vantagem distinta a 50 UA. Até 2012 VP113 ser descoberto, apenas Sedna, com uma aproximação do Sol de 76 UA, era conhecido por ficar significativamente além desse limite exterior em toda a sua órbita. 

 Ambos, Sedna e 2012 VP113, foram encontrados perto de sua maior aproximação do Sol, mas ambos têm órbitas que vão à centenas de UA, em um ponto onde eles seriam tênues demais para serem descobertos. 

 A semelhança nas órbitas encontradas em Sedna, 2012 VP113 e alguns dos outros objetos perto da borda do Cinturão de Kuiper, sugerem que a órbita do novo objeto pode ser influenciada pela potencial presença de um planeta ainda não observado, talvez até 10 vezes maior que a Terra. Mais estudos continuarão a explorar essa área do espaço profundo. 

Para mais detalhes sobre o novo planeta anão, visite (em inglês): http://home.dtm.ciw.edu/users/sheppard/inner_oort_cloud/

Fonte (em inglês): NASA
Colaboração: Ivan Lopes

A busca pelas sementes dos buracos negros supermassivos

A galáxia NGC 4395 é mostrada aqui na luz infravermelha, capturada pelo Telescópio Espacial Spitzer da NASA. Esta galáxia anã é relativamente pequena em comparação com a nossa galáxia a Via Láctea, que é quase 1,000 vezes mais massiva. Crédito: NASA/JPL-Caltech
 Como cresce um buraco negro supermassivo que é um milhão, ou até mesmo, um bilhão de vezes mais massivo que o Sol?

 Os astrônomos não sabem a resposta, mas um novo estudo usando dados do Wide-field Infrared Survey Explorer (WISE) da NASA, tem apontado para o que pode ser a semente cósmica de um buraco negro que irá aflorar.

 Os resultados estão ajudando os cientistas a juntarem as peças da evolução de buracos negros supermassivos – poderosos objetos que dominam o coração de todas as galáxias. Fazer crescer um buraco negro não é algo fácil como uma planta, que tem sua semente plantada no solo, e regando ela germina.

 Os objetos massivos são densas coleções de matéria que são literalmente, buracos sem fundo, de onde nada consegue escapar.

 Eles aparecem numa grande variedade de tamanhos. Os menores são poucas vezes mais massivos que o Sol, e se formam a partir de estrelas que explodem. Os maiores são bilhões de vezes mais massivos que o Sol, e crescem junto com as galáxias que os abrigam, com tempo, no fundo de seus interiores.

 Mas como esse processo funciona, é ainda um mistério. Pesquisadores usando o WISE endereçaram essa questão procurando por buracos negros em galáxias anãs. Essas galáxias não passam por muita mudança, assim elas são mais clamas do que suas contrapartidas mais pesadas.

 De alguma maneira, elas lembram os tipos de galáxias que podem ter existido quando o Universo era jovem, e assim elas oferecem uma pista sobre os berçários de buracos negros. Nesse novo estudo, usando dados de todo o céu, obtidos pelo WISE na luz infravermelha, centenas de galáxias anãs foram descobertas onde os buracos negros enterrados podem estar escondidos.

 A luz infravermelha, o tipo de luz que o WISE coleta, pode atravessar a poeira, diferente da luz visível, assim ela é melhor para encontrar buracos negros escondidos e empoeirados. Os pesquisadores encontraram que os buracos negros das galáxias anãs, podem ser em torno de 1,000 a 10,000 vezes mais massivos que o nosso Sol – maior do que se esperava para essas galáxias pequenas.

 “Nossas descobertas sugerem que as sementes originais dos buracos negros supermassivos já sejam muito massivas”, disse Shobita Satyapal, da George Mason University, em Fairfax, Va.

 Satyapal é o principal autor do artigo publicado na edição de março de 2014 do Astrophysical Journal.

 Daniel Stern, um astrônomo especializado em buracos negros no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, na Califórnia, que não fez parte do estudo, disse que a pesquisa demonstra o poder de uma pesquisa de todo o céu como o WISE para encontrar os buracos negros mais raros.

 “Embora seja necessário mais pesquisa para confirmar se as galáxias anãs são de fato dominadas por buracos negros que se alimenta ativamente, isso é exatamente para o que o WISE foi desenhado: encontrar objetos interessantes que se destacam”.

 As novas observações argumentam contra uma popular teoria sobre o crescimento de buracos negros, que diz que os objetos ganham massa por meio das colisões de galáxias. Quando o nosso Universo era jovem, era mais provável que as galáxias se chocassem e se fundissem.

 É então possível, nesse cenário, que os buracos negros dessas galáxias se fundissem também ganhando massa. Nesse cenário, os buracos negros supermassivos, crescem por meio de uma série de fusões galácticas.

 A descoberta de buracos negros de galáxias anãs que são maiores do que o esperado sugere que as fusões de galáxias não eram necessárias para criar grandes buracos negros. As galáxias anãs não têm uma história de fusões galácticas, e mesmo assim seus buracos negros são relativamente grandes.

 Ao invés disso, os buracos negros supermassivos podem ter se formado bem no começo da história do Universo. Ou, eles podem ter crescido de maneira harmoniosa com suas galáxias hospedeiras, alimentando-se do gás ao redor.

 “Nós ainda não sabemos como os buracos negros monstruosos que residem no centro das galáxias se formaram”, disse Satyapal.

 “Mas encontrar grandes buracos negros em galáxias pequenas nos mostra que grandes buracos negros precisam de alguma forma ter sidos criados, no início do Universo, antes das galáxias colidirem com outras galáxias”.

 Os outros autores do estudo são: N.J Secrest, W. McAlpine, e J.L. Rosenberg da George Mason University, S. L. Ellison, da University of Victoria, no Candá e J. Fischer do Naval REsearch Laboratory em Washington.

 O WISE foi colocado em modo de hibernação depois de ter completado sua missão primária em 2011. Em setembro de 2013 ele foi reacordado, e teve sua missão renomeada para NEOWISE, com o objetivo voltado para auxiliar a NASA nos esforços para identificar a população de objetos próximos da Terra, potencialmente perigosos.

 A missão NEOWISE também irá caracterizar asteroides conhecidos anteriormente e cometas para melhor entender seus tamanhos e suas composições. O Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, na Califórnia, gerencia e opera a missão NEOWISE para o Science Mission Directorate da NASA.

 A missão WISE foi selecionada competitivamente sob o Explores Program da NASA gerenciado pelo Goddard Space Flight Center da agência, em Greenbelt, Md.

 Os instrumentos científicos foram construídos pela empresa Space Dynamics Laboratory, em Logan, Utah. A sonda foi construída pela Ball Aerospace & Technologies Corp. em Boulder, no Colorado.

 As operações científicas e o processamento de dados são realizados no Infrared Processinge and Analysis Center no Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena.

Mais informações sobre as missões WISE e NEOWISE podem ser encontradas (em inglês): www.nasa.gov/wise, http://wise.astro.ucla.edu e http://jpl.nasa.gov/wise.

Fonte (em inglês): Jet Propulsion Laboratory (JPL)
Via: CiencTec

quarta-feira, 26 de março de 2014

Primeiro sistema de anéis descoberto em torno de um asteroide

Observações obtidas em diversos locais da América do Sul, incluindo o Observatório de La Silla do ESO, levaram à descoberta surpreendente de que o asteroide distante Chariklo se encontra rodeado por dois anéis densos e estreitos. Este é o menor objeto já descoberto que apresenta anéis e apenas o quinto corpo no Sistema Solar - depois dos planetas gigantes Júpiter, Saturno, Urano e Netuno - que apresenta esta caraterística. A origem dos anéis permanece um mistério, no entanto pensa-se que podem ser o resultado de uma colisão que criou um disco de detritos. Esta concepção artística mostra qual a aparência que os anéis poderão ter, quando observados a partir da superfície de Chariklo. Crédito: ESO/L. Calçada/Nick Risinger
 Observações obtidas em diversos locais da América do Sul, incluindo o Observatório de La Silla do ESO, levaram à descoberta surpreendente de que o asteroide distante Chariklo se encontra rodeado por dois anéis densos e estreitos.

 Este é o menor objeto já descoberto com anéis, e apenas o quinto corpo no Sistema Solar - depois dos planetas gigantes Júpiter, Saturno, Urano e Netuno - com esta caraterística. A origem dos anéis permanece um mistério, no entanto pensa-se que podem ser o resultado de uma colisão que criou um disco de detritos.

 Além dos anéis de Saturno, que são um dos mais bonitos espetáculos no céu, outros anéis, menos proeminentes, também foram encontrados em torno dos outros planetas gigantes. Apesar de buscas cuidadosas, nunca se encontraram anéis em volta de outros objetos menores do Sistema Solar.

 Agora, observações do longínquo asteroide Chariklo, feitas quando este passava em frente a uma estrela, mostraram que ele também se encontra rodeado por dois anéis estreitos.

Observações obtidas em diversos locais da América do Sul, incluindo o Observatório de La Silla do ESO, levaram à descoberta surpreendente de que o asteroide distante Chariklo se encontra rodeado por dois anéis densos e estreitos. Este é o menor objeto já descoberto que apresenta anéis e apenas o quinto corpo no Sistema Solar - depois dos planetas gigantes Júpiter, Saturno, Urano e Netuno - que apresenta esta caraterística. A origem dos anéis permanece um mistério, no entanto pensa-se que podem ser o resultado de uma colisão que criou um disco de detritos. Esta concepção artística mostra como poderá ser a aparência dos anéis quando vistos de perto. Crédito: ESO/L. Calçada/M. Kornmesser/Nick Risinger
 “Não estávamos à procura de anéis, nem pensávamos que pequenos corpos como o Chariklo os poderiam ter, por isso esta descoberta - e a quantidade extraordinária de detalhes que obtivemos do sistema - foi para nós uma grande surpresa!”, diz Felipe Braga-Ribas (Observatório Nacional/MCTI, Rio de Janeiro, Brasil), que preparou a campanha de observações e é o autor principal do novo artigo científico que descreve estes resultados.

 Chariklo é o maior membro de uma classe de objetos conhecidos por Centauros, que orbitam o Sol entre Saturno e Urano, no Sistema Solar externo. Previsões da sua órbita mostraram que passaria em frente da estrela UCAC4 248-108672 no dia 3 de junho de 2013, quando observado a partir da América do Sul.

 Assim, com o auxílio de telescópios em sete sítios diferentes, incluindo o telescópio dinamarquês de 1,54 metros e o telescópio TRAPPIST, ambos situados no Observatório de La Silla do ESO, no Chile, os astrônomos puderam observar a estrela desaparecer durante alguns segundos, momento em que a sua luz foi bloqueada pelo Chariklo - num fenômeno conhecido por ocultação.

Observações obtidas em diversos locais da América do Sul, incluindo o Observatório de La Silla do ESO, levaram à descoberta surpreendente de que o asteroide distante Chariklo se encontra rodeado por dois anéis densos e estreitos. Este é o menor objeto já descoberto que apresenta anéis e apenas o quinto corpo no Sistema Solar - depois dos planetas gigantes Júpiter, Saturno, Urano e Netuno - que apresenta esta caraterística. A origem dos anéis permanece um mistério, no entanto pensa-se que podem ser o resultado de uma colisão que criou um disco de detritos. Esta concepção artística mostra a vista a partir do interior do sistema de anéis, com Chariklo por trás, estando também visíveis alguns satélites. Crédito: ESO/L. Calçada/M. Kornmesser/Nick Risinger
 No entanto, eles acabaram descobrindo muito mais do que esperavam. Alguns segundos antes, e também alguns segundos depois, da ocultação principal ainda houve duas quedas de luz, ligeiras e muito curtas, no brilho aparente da estrela. Algo em torno de Chariklo estava bloqueando a luz!

 Ao comparar as observações feitas nos diversos locais, a equipe pôde reconstruir não apenas a forma e o tamanho do objeto propriamente dito, mas também a espessura, orientação, forma e outras propriedades dos anéis recém-descobertos.

 A equipe descobriu que o sistema de anéis é composto por dois anéis bastante confinados, com apenas sete e três quilômetros de largura, respectivamente, separados entre si por um espaço vazio de nove quilômetros - e tudo isto em torno de um pequeno objeto com 250 quilômetros de diâmetro que orbita além da órbita de Saturno.

Este episódio do ESOcast mostra como é que observações obtidas em diversos locais da América do Sul, incluindo o Observatório de La Silla do ESO, levaram à descoberta surpreendente de que o asteroide distante Chariklo se encontra rodeado por dois anéis densos e estreitos. Este é o menor objeto já descoberto que apresenta anéis e apenas o quinto corpo no Sistema Solar - depois dos planetas gigantes Júpiter, Saturno, Urano e Netuno - que apresenta esta caraterística. A origem dos anéis permanece um mistério, no entanto pensa-se que podem ser o resultado de uma colisão que criou um disco de detritos. Crédito: ESO

 “Acho extraordinário pensar que fomos capazes de detectar, não apenas o sistema de anéis, mas também precisar que este sistema é constituído por dois anéis claramente distintos”, acrescenta Uffe Gråe Jørgensen (Instituto Niels Bohr, Universidade de Copenhaga, Dinamarca), integrante da equipe.

 “Tento imaginar como será estar sobre a superfície deste corpo gelado - tão pequeno que um carro esportivo veloz poderia atingir a velocidade de escape e lançar-se no espaço - e olhar para cima para um sistema de anéis com 20 quilômetros de largura e situado 1,000 vezes mais próximo do que a Lua está da Terra”.

 Embora muitas questões permaneçam ainda sem resposta, os astrônomos pensam que este tipo de anel deve ter se formado a partir dos restos deixados depois de uma colisão. Os restos teriam ficado confinados como dois estreitos anéis devido à presença de pequenos satélites, que supostamente existirão.

Observações obtidas em diversos locais da América do Sul, incluindo o Observatório de La Silla do ESO, levaram à descoberta surpreendente de que o asteroide distante Chariklo se encontra rodeado por dois anéis densos e estreitos. Este é o menor objeto já descoberto que apresenta anéis e apenas o quinto corpo no Sistema Solar - depois dos planetas gigantes Júpiter, Saturno, Urano e Netuno - que apresenta esta caraterística. A origem dos anéis permanece um mistério, no entanto pensa-se que podem ser o resultado de uma colisão que criou um disco de detritos. Esta concepção artística mostra como poderá ser a aparência do sistema de anéis quando visto de perto. Crédito: ESO/L. Calçada/M. Kornmesser

 “Por isso, além dos anéis, é provável que Chariklo tenha também, pelo menos, um pequeno satélite à espera de ser descoberto”, acrescenta Felipe Braga Ribas.

 Os anéis poderão mais tarde dar origem à formação de um pequeno satélite. Tal sequência de eventos, a uma escala muito maior, pode explicar a formação da nossa própria Lua nos primeiros dias do Sistema Solar, assim como a origem de muitos outros satélites em órbita de planetas e asteroides.

 Os líderes do projeto deram aos anéis os nomes informais de Oiapoque e Chuí, dois rios que se encontram próximos dos extremos norte e sul do Brasil, respectivamente.

Observações obtidas em diversos locais da América do Sul, incluindo o Observatório de La Silla do ESO, levaram à descoberta surpreendente de que o asteroide distante Chariklo se encontra rodeado por dois anéis densos e estreitos. Este é o menor objeto já descoberto que apresenta anéis e apenas o quinto corpo no Sistema Solar - depois dos planetas gigantes Júpiter, Saturno, Urano e Netuno - que apresenta esta caraterística. A origem dos anéis permanece um mistério, no entanto pensa-se que podem ser o resultado de uma colisão que criou um disco de detritos. Esta concepção artística mostra como poderá ser a aparência do sistema de anéis quando visto de perto. Crédito: ESO/L. Calçada/M. Kornmesser

 Todos os objetos que orbitam em torno do Sol e que são muito pequenos, ou seja, que não possuem massa suficiente para que a sua própria gravidade lhes dê uma forma praticamente esférica, eles são definidos pela União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês) como sendo corpos menores do Sistema Solar.

 Esta classe inclui atualmente a maioria dos asteroides do Sistema Solar, os objetos próximos da Terra, os asteroides troianos de Marte e Júpiter, a maioria dos Centauros, a maioria dos objetos Trans-Netunianos e os cometas.

 Informalmente, os termos asteroide e corpo menor são frequentemente usados para indicar a mesma coisa. O Centro de Planetas Menores da IAU é o centro que coordena a detecção de pequenos corpos no Sistema Solar.

 Os nomes dados a estes objetos são constituídos por duas partes: um número - originalmente correspondia à ordem da descoberta, mas atualmente denota a ordem segundo a qual as órbitas são bem determinadas - e um nome.

Observações obtidas em diversos locais da América do Sul, incluindo o Observatório de La Silla do ESO, levaram à descoberta surpreendente de que o asteroide distante Chariklo se encontra rodeado por dois anéis densos e estreitos. Este é o menor objeto já descoberto que apresenta anéis e apenas o quinto corpo no Sistema Solar - depois dos planetas gigantes Júpiter, Saturno, Urano e Netuno - que apresenta esta caraterística. A origem dos anéis permanece um mistério, no entanto pensa-se que podem ser o resultado de uma colisão que criou um disco de detritos. Esta concepção artística mostra como poderá ser a aparência do sistema de anéis quando visto de perto. Crédito: ESO/L. Calçada/M. Kornmesser

 Os Centauros são pequenos corpos com órbitas instáveis no Sistema Solar exterior, que atravessam as órbitas dos planetas gigantes. Como as suas órbitas são frequentemente perturbadas, espera-se que permaneçam nestas órbitas apenas alguns milhões de anos.

 Os Centauros diferem dos muito mais numerosos corpos do Cinturão de Asteroides, situado entre as órbitas de Marte e Júpiter, e podem ter vindo da região do Cinturão de Kuiper. O seu nome deriva dos centauros míticos porque, tal como eles, partilham algumas características de duas espécies diferentes, neste caso cometas e asteroides.

 Chariklo parece ser mais como um asteroide, não se tendo descoberto nele qualquer atividade cometária. Este evento foi previsto a partir de uma busca sistemática com o telescópio MPG/ESO de 2,2 metros, situado no Observatório de La Silla do ESO e recentemente publicada.

Este vídeo mostra o que aconteceu quando o asteroide Chariklo passou em frente a uma estrela. Além da esperada diminuição em brilho quando o asteroide bloqueia a luz emitida pela estrela, foram observadas duas outras diminuições de brilho, antes e depois do fenômeno principal, causadas pela presença de um anel duplo. Crédito: ESO/Felipe Braga Ribas/M. Kornmesser

 Além dos telescópios TRAPPIST e Dinamarquês de 1,5 metros, situados no Observatório de La Silla do ESO, também fizeram observações do evento os seguintes observatórios: Observatório da Universidad Católica (UCO) Santa Martina operado pela Pontifícia Universidad Católica de Chile (PUC); telescópios PROMPT, que pertencem e são operados pela Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill; Observatório Pico dos Dias do Laboratório National de Astrofísica (OPD/LNA) - Brasil; telescópio Southern Astrophysical Research (SOAR); telescópio Caisey Harlingten's 20-inch Planewave, que faz parte do Searchlight Observatory Network; telescópio de R. Sandness das Explorações Celestes de San Pedro de Atacama; Observatório da Universidade Estadual de Ponta Grossa; Observatorio Astronomico Los Molinos (OALM) — Uruguai; Observatorio Astronomico, Estacion Astrofisica de Bosque Alegre, Universidad Nacional de Cordoba, Argentina; Observatório do Polo Astronômico Casimiro Montenegro Filho e Observatorio El Catalejo, Santa Rosa, La Pampa, Argentina.

Observações obtidas em diversos locais da América do Sul, incluindo o Observatório de La Silla do ESO, levaram à descoberta surpreendente de que o asteroide distante Chariklo se encontra rodeado por dois anéis densos e estreitos. Este é o menor objeto já descoberto que apresenta anéis e apenas o quinto corpo no Sistema Solar - depois dos planetas gigantes Júpiter, Saturno, Urano e Netuno - que apresenta esta caraterística. A origem dos anéis permanece um mistério, no entanto pensa-se que podem ser o resultado de uma colisão que criou um disco de detritos. Esta concepção artística mostra como poderá ser a aparência do asteroide e do sistema de anéis quando passam em frente a uma estrela. Crédito: ESO/L. Calçada

 Esta é a única maneira de saber o tamanho e forma exatos de um objeto tão remoto - Chariklo tem apenas 250 quilômetros de diâmetro e encontra-se a mais de um bilhão de quilômetros de distância. Mesmo com os melhores telescópios, um objeto tão pequeno e distante aparece apenas como um tênue ponto de luz.

 Os anéis de Urano e os arcos de anel em torno de Netuno foram descobertos de forma semelhante, durante ocultações em 1977 e 1984, respectivamente. Os telescópios do ESO estiveram também envolvidos na descoberta dos anéis de Netuno.

 Para sermos mais precisos o carro teria que ser extremamente rápido - algo como um Bugatti Veyron 16.4 ou um McLaren F1 - já que a velocidade de escape é cerca de 350 km/h!

Esta animação mostra os movimentos dos corpos no Sistema Solar exterior. Os Centauros são objetos situados nesta região que possuem órbitas instáveis a longo termo. O maior Centauro que se conhece é Chariklo, o primeiro corpo menor que se descobriu estar rodeado por anéis. Crédito: ESO/L. Calçada

 Estes nomes são apenas para uso informal, os nomes oficiais serão atribuídos mais tarde pela IAU, segundo regras pré-estabelecidas.

 Este trabalho foi descrito no artigo científico intitulado “A ring system detected around the Centaur (10199) Chariklo”, de F. Braga-Ribas et al., que foi publicado online na revista Nature em 26 de março de 2014, e pode ser visualizado abaixo (em inglês).

Artigo científico:

 O ESO é a mais importante organização europeia intergovernamental para a pesquisa em astronomia e é o observatório astronômico mais produtivo do mundo. O ESO é financiado por 15 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Brasil, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Itália, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia e Suíça.

 O ESO destaca-se por levar a cabo um programa de trabalhos ambicioso, focado na concepção, construção e funcionamento de observatórios astronômicos terrestres de ponta, que possibilitam aos astrônomos importantes descobertas científicas. O ESO também tem um papel importante na promoção e organização de cooperação nas pesquisas astronômicas.

 O ESO mantém em funcionamento três observatórios de ponta, no Chile: La Silla, Paranal e Chajnantor. No Paranal, o ESO opera o Very Large Telescope, o observatório astronômico óptico mais avançado do mundo e dois telescópios de rastreio.

 O VISTA, o maior telescópio de rastreio do mundo que trabalha no infravermelho e o VLT Survey Telescope, o maior telescópio concebido exclusivamente para mapear os céus no visível. O ESO é o parceiro europeu do revolucionário telescópio ALMA, o maior projeto astronômico que existe atualmente.

 O ESO está planejando o European Extremely Large Telescope, E-ELT, um telescópio de 39 metros que observará na banda do visível e infravermelho próximo. O E-ELT será “o maior olho do mundo virado para o céu”.

‣ Fonte: European Southern Observatory (ESO)