-

-
goasa.com.br

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Assassina em série galáctica

Esta nova imagem obtida pelo telescópio MPG/ESO de 2,2 metros situado no Observatório de La Silla do ESO mostra duas galáxias muito contrastantes: a NGC 1316 e a sua companheira menor NGC 1317 (à direita).  Embora a NGC 1317 pareça ter tido uma vida plácida, a sua companheira maior mostra as cicatrizes de anteriores episódios de fusão com outras galáxias. Crédito: ESO
 Esta nova imagem obtida pelo telescópio MPG/ESO de 2,2 metros situado no Observatório de La Silla do ESO, mostra duas galáxias muito contrastantes: NGC 1316 e a sua companheira menor NGC 1317 (à direita). 

 Estas duas galáxias encontram-se muito próximas uma da outra, mas têm histórias muito distintas. A pequena espiral NGC 1317 tem tido uma vida calma, mas NGC 1316 já engoliu várias outras galáxias ao longo de uma história violenta e mostra bem suas cicatrizes de guerra. 

 Diversos indícios na estrutura da galáxia NGC 1316 revelam que o seu passado foi turbulento. Por exemplo, o objeto apresenta algumas faixas incomuns de poeira, situadas no interior de um envelope de estrelas muito maior, e uma população de aglomerados estelares globulares particularmente pequenos. 

 Estes fatos sugerem que esta galáxia pode ter engolido uma galáxia em espiral rica em poeira há cerca de três bilhões de anos atrás. 

 Veem-se também caudas de maré muito tênues em torno da galáxia - restos e envelopes de estrelas que foram arrancadas das suas posições originais e lançadas para o espaço intergaláctico, resultado de complexos efeitos gravitacionais nas órbitas das estrelas quando outra galáxia se aproxima demais. 

 Todos estes sinais apontam para um passado violento durante o qual NGC 1316 anexou outras galáxias e sugerem ainda que este comportamento perturbador continua. 

Este mapa mostra a maioria das estrelas visíveis a olho nu num céu escuro e límpido na pequena constelação da Fornalha. Esta constelação contém uma concentração de galáxias próximas, incluindo o par de galáxias em interação NGC 1316 e NGC 1317 (assinaladas com um círculo vermelho). Estes objetos são suficientemente brilhantes para poderem ser vistos como manchas circulares difusas e ténues através de um telescópio amador de tamanho médio. Crédito: ESO, IAU and Sky & Telescope
 NGC 1316 situa-se a cerca de 60 milhões de anos-luz de distância na constelação da Fornalha. Tem também o nome de Fornax A, refletindo o fato de ser a mais brilhante fonte de emissão de rádio na constelação - é na realidade a quarta fonte rádio mais brilhante em todo o céu. 

 Esta emissão de rádio deve-se a material que está caindo em direção ao buraco negro de massa extremamente elevada situado no centro da galáxia, ao qual tem sido fornecido, muito provavelmente, combustível adicional devido às interações com outras galáxias. 

 Esta nova imagem muito detalhada obtida pelo telescópio MPG/ESO de 2,2 metros situado no Observatório de La Silla do ESO no Chile, foi criada a partir de muitas imagens individuais do arquivo ESO. 

 O objetivo das observações originais era revelar estes atributos mais tênues e estudar as perturbações neste interessante sistema. A nova imagem mostra também uma janela para o Universo longínquo, para muito além das galáxias em interação que se veem em primeiro plano. 

 A maioria dos pontos tênues e difusos da imagem são galáxias muito mais distantes, existindo uma concentração particularmente densa à esquerda de NGC 1316. 

Esta imagem mostra o céu em torno do par de galáxias NGC 1316 e NGC 1317 e foi criada a partir de dados do Digitized Sky Survey 2. Crédito: ESO/Digitized Sky Survey 2
 Existem imagens que mostram em detalhe estas faixas de poeira, obtidas pelo Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA. Estes valores correspondem a uma frequência de rádio de 1400 MHz, para outras frequências a ordem é diferente. 

Este zoom começa com uma vista alargada do céu, que inclui a familiar constelação de Orion. Aproximamo-nos seguidamente da constelação da Fornalha, onde vemos duas galáxias próximo uma da outra. Trata-se do contrastante par de galáxias NGC 1316 e da sua companheira menor NGC 1317. Embora a NGC 1317 pareça ter tido uma vida plácida, a sua companheira maior mostra as cicatrizes de anteriores episódios de fusão com outras galáxias. Crédito: ESO/Digitized Sky Survey 2/A. Fujii/Nick Risinger (skysurvey.org). Música: movetwo

 O ESO é a mais importante organização europeia intergovernamental para a pesquisa em astronomia e é o observatório astronômico mais produtivo do mundo. O ESO é financiado por 15 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Brasil, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Itália, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia e Suíça. 

 O ESO destaca-se por levar a cabo um programa de trabalhos ambicioso, focado na concepção, construção e funcionamento de observatórios astronômicos terrestres de ponta, que possibilitam aos astrônomos importantes descobertas científicas. O ESO também tem um papel importante na promoção e organização de cooperação nas pesquisas astronômicas. 

Este vídeo mostra-nos vistas de pormenor da nova imagem obtida com o telescópio MPG/ESO de 2,2 metros situado no Observatório de La Silla, no Chile. O vídeo mostra o par de galáxias contrastantes NGC 1316 e a sua companheira menor NGC 1317. A NGC 1317 não mostra ter perturbações, apresentando uma estrutura em espiral bem definida. A sua companheira maior, no entanto, apresenta cicatrizes de eventos violentos passados, de alturas em que engoliu outras galáxias. Crédito: ESO. Música: movetwo

 O ESO mantém em funcionamento três observatórios de ponta, no Chile: La Silla, Paranal e Chajnantor. No Paranal, o ESO opera o Very Large Telescope, o observatório astronômico óptico mais avançado do mundo e dois telescópios de rastreio. 

 O VISTA, o maior telescópio de rastreio do mundo que trabalha no infravermelho e o VLT Survey Telescope, o maior telescópio concebido exclusivamente para mapear os céus no visível. O ESO é o parceiro europeu do revolucionário telescópio ALMA, o maior projeto astronômico que existe atualmente. 

 O ESO está planejando o European Extremely Large Telescope, E-ELT, um telescópio de 39 metros que observará na banda do visível e infravermelho próximo. O E-ELT será “o maior olho do mundo virado para o céu”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário