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quarta-feira, 9 de julho de 2014

O VLT revela um mistério empoeirado

Esta impressão artística mostra poeira a formar-se no meio em torno de uma explosão de supernova. Observações do VLT mostraram que estas fábricas de poeira cósmica formam os seus grãos em duas fases, começando pouco depois da explosão e prolongando-se muito para além desta. Crédito: ESO/M. Kornmesser
 Um grupo de astrônomos observou em tempo real a formação de poeira estelar — em seguida de uma explosão de supernova. Mostrou-se, pela primeira vez, que estas fábricas de poeira cósmica fabricam os seus grãos de poeira num processo de duas fases, que começa pouco depois da explosão e continua muito depois desta.

 A equipe utilizou o Very Large Telescope (VLT) do ESO no norte do Chile para analisar a luz emitida pela supernova SN 2010jl à medida que ela se desvanecia. A origem da poeira cósmica nas galáxias é ainda um mistério.

 Os astrônomos sabem que as supernovas são provavelmente a fonte principal de poeira, especialmente no Universo primordial, no entanto ainda não é claro como e onde é que estes grãos de poeira se condensam e crescem.

 Também não está claro como é que os grãos de poeira evitam ser destruídos no ambiente inóspito de uma galáxia formando estrelas. Agora, no entanto, novas observações obtidas com o VLT do ESO no Observatório do Paranal, no norte do Chile, ajudaram a desvendar este mistério.

 Uma equipe internacional de astrônomos utilizou o espectrógrafo X-shooter para observar uma supernova — conhecida como SN 2010jl — nove vezes nos meses que se seguiram à explosão e uma décima vez dois anos e meio depois da explosão, tanto nos comprimentos de onda do visível como no infravermelho.

 Esta supernova de brilho incomum, resultado da morte de uma estrela massiva, explodiu na pequena galáxia UGC 5189A.

 “Combinando dados dos nove conjuntos anteriores de observações pudemos fazer as primeiras medições diretas de como a poeira em torno da supernova absorve as diferentes cores da luz”, disse a autora principal Christa Gall, da Universidade de Aarhus, Dinamarca.

 “Isto permitiu-nos caracterizar a poeira com mais detalhe do que tinha sido possível até agora”.

Esta imagem do Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA mostra a galáxia anã irregular UGC 5189A. Foi nesta galáxia, que se encontra a formar estrelas, que explodiu a supernova brilhante SN 2010jl. Observações do VLT mostraram que estas fábricas de poeira cósmica formam os seus grãos de poeira em duas fases, começando pouco depois da explosão e prolongando-se muito para além desta. Crédito: ESO
 A equipe descobriu que a formação de poeira começa pouco depois da explosão e prolonga-se durante um longo período de tempo. As novas medições revelaram igualmente quão grandes são os grãos de poeira e qual a sua composição.

 Estas descobertas estão um passo mais além dos recentes resultados obtidos com o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), o qual detectou pela primeira vez os restos de uma supernova recente — a famosa supernova 1987A — a transbordar de poeira recém formada.

 A equipe descobriu que os grãos que têm um diâmetro maior que um milésimo de milímetro se formaram rapidamente no material denso que rodeia a estrela. Embora ainda minúsculos, este tamanho é, no entanto, grande para um grão de poeira cósmica, tornando-os assim mais resistentes a processos destrutivos.

 Como é que os grãos de poeira sobreviviam no ambiente violento e destrutivo dos restos de supernovas era uma das grandes questões em aberto no artigo que apresentava os resultados ALMA e agora este resultado responde a esta pergunta — os grãos são maiores do que o esperado.

 “A nossa detecção de grãos com um tamanho considerável pouco depois da explosão da supernova significa que deve haver uma maneira rápida e eficiente de os criar”, disse o coautor Jens Hjorth do Instituto Niels Bohr, Universidade de Copenhagen, Dinamarca.

 “Mas, na realidade, não sabemos exatamente como é que isto acontece”.

 No entanto, os astrônomos pensam que sabem onde é que a nova poeira se formou: no material que a estrela liberta para o espaço ainda antes de explodir.

 À medida que a onda de choque da supernova se expande para o exterior, cria uma concha fria e densa de gás — exatamente o tipo de ambiente onde os grãos de poeira se podem formar e crescer.

Esta imagem do Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA mostra a galáxia anã irregular UGC 5189A. Foi nesta galáxia, que se encontra a formar estrelas, que explodiu a supernova brilhante SN 2010jl. Observações do VLT mostraram que estas fábricas de poeira cósmica formam os seus grãos de poeira em duas fases, começando pouco depois da explosão e prolongando-se muito para além desta. A imagem foi obtida antes da supernova explodir, no entanto a estrela progenitora massiva que explodiu encontra-se assinalada. Crédito: ESO
 Os resultados das observações indicam que numa segunda fase — depois de várias centenas de dias — ocorre um processo acelerado de formação da poeira que envolve material ejetado pela supernova.

 Se a produção de poeira na SN 2010jl continuar a seguir a tendência observada, 25 anos depois da supernova explodir a massa total de poeira será cerca de metade da massa do Sol; ou seja, semelhante à massa de poeira observada noutras supernovas como por exemplo a SN 1987A.

 “Anteriormente tínhamos dois fatos bastante discrepantes: os astrônomos observavam bastante poeira nos restos de supernova deixados depois das explosões mas, por outro lado, encontravam apenas evidências da formação de pequenas quantidades de poeira nestas explosões”.

 “Estas novas observações explicam como é que esta aparente contradição pode ser resolvida”, conclui Christa Gall.

 A poeira cósmica consiste em grãos de silicatos e carbono amorfo — minerais que são também abundantes na Terra. A fuligem do pavio de uma vela é muito semelhante à poeira cósmica de carbono, embora o tamanho dos grãos de fuligem seja dez ou mais vezes maior que o tamanho típico dos grãos cósmicos.

 A luz desta supernova foi pela primeira vez observada em 2010, como se pode constatar pelo nome SN 2010jl.

 Esta supernova está classificada como uma supernova tipo IIn. As supernovas classificadas como sendo do tipo IIn resultam da explosão violenta de uma estrela massiva, com pelo menos oito vezes a massa do Sol.

 O subtipo “n” do tipo IIn — “n” significa estreito (narrow em inglês) — denota supernovas que apresentam linhas estreitas de hidrogênio no seu espectro. Estas linhas resultam da interação entre o material ejetado pela supernova e o material que já se encontrava a rodear da estrela.

 Este trabalho foi descrito no artigo científico intitulado “Rapid formation of large dust grains in the luminous supernova SN 2010jl”, de C. Gall et al., que será publicado online na revista Nature.

Artigo científico:

 O ESO é a mais importante organização europeia intergovernamental para a pesquisa em astronomia e é o observatório astronômico mais produtivo do mundo. O ESO é financiado por 15 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Brasil, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Itália, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia e Suíça.

 O ESO destaca-se por levar a cabo um programa de trabalhos ambicioso, focado na concepção, construção e funcionamento de observatórios astronômicos terrestres de ponta, que possibilitam aos astrônomos importantes descobertas científicas. O ESO também tem um papel importante na promoção e organização de cooperação nas pesquisas astronômicas.

 O ESO mantém em funcionamento três observatórios de ponta, no Chile: La Silla, Paranal e Chajnantor. No Paranal, o ESO opera o Very Large Telescope, o observatório astronômico óptico mais avançado do mundo e dois telescópios de rastreio.

 O VISTA, o maior telescópio de rastreio do mundo que trabalha no infravermelho e o VLT Survey Telescope, o maior telescópio concebido exclusivamente para mapear os céus no visível. O ESO é o parceiro europeu do revolucionário telescópio ALMA, o maior projeto astronômico que existe atualmente.

 O ESO está planejando o European Extremely Large Telescope, E-ELT, um telescópio de 39 metros que observará na banda do visível e infravermelho próximo. O E-ELT será “o maior olho do mundo virado para o céu”.

‣ Fonte: ESO

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Um útero estelar moldado e destruído por progenitura ingrata

Esta nova imagem detalhada obtida pelo telescópio MPG/ESO de 2,2 metros no Observatório de La Silla, no Chile, mostra a região de formação estelar Gum 15. Este objeto pouco conhecido situa-se na constelação da Vela, a cerca de 3.000 anos-luz de distância da Terra. Esta nuvem brilhante é um excelente exemplo de uma região HII, apresentando também semelhanças com a Nebulosa Trífida (Messier 20), uma região HII mais famosa. Crédito: ESO
 A pouco conhecida nuvem de gás e poeira cósmica chamada Gum 15 é o local de nascimento e moradia de estrelas jovens massivas. Bonitas mas mortíferas, estas estrelas moldam a aparência da nebulosa materna e, à medida que avançam para a idade adulta, serão eventualmente a causa da sua morte. 

 Esta imagem foi obtida no âmbito do programa Joias Cósmicas do ESO com o instrumento Wide Field Imager montado no telescópio MPG/ESO de 2,2 metros no Observatório de La Silla, no Chile. A imagem mostra a Gum 15, situada na constelação da Vela, a cerca de 3.000 anos-luz de distância da Terra. 

 Esta nuvem brilhante é um bom exemplo de uma região HII. Estas nuvens formam alguns dos objetos astronômicos mais espetaculares que vemos; por exemplo a Nebulosa da Águia (que inclui os bens conhecidos “Pilares da Criação”), a enorme Nebulosa de Órion e este exemplo menos famoso, a Gum 15. 

Este mapa mostra a localização da região de formação estelar Gum 15 (círculo vermelho), na constelação austral da Vela. Este objeto parece espetacular em fotografias mas é muito ténue e brilhante principalmente na região vermelha do espectro. Como consequência, é muito difícil observá-lo visualmente, embora as muitas estrelas brilhantes na região se vejam facilmente. Crédito: ESO, IAU and Sky & Telescope
 O hidrogênio (H) é o elemento mais abundante no Universo e pode ser encontrado em praticamente qualquer meio investigado pelos astrônomos. As regiões HII são diferentes porque contêm quantidades substanciais de hidrogênio ionizado — átomos de hidrogênio que perderam os seus elétrons devido a interações com fótons ultravioletas de alta energia — partículas de luz. 

 À medida que os núcleos do hidrogênio ionizado recapturam os elétrons, libertam radiação de um característico comprimento de onda vermelho, o que dá às nebulosas, tais como a Gum 15, este brilho avermelhado — um brilho a que os astrônomos chamam hidrogênio-alfa (Hα). 

 Nas regiões HII os fótons ionizantes são emitidos pelas estrelas jovens massivas muito quentes da região e a Gum 15 não é exceção. No centro da imagem podemos ver uma das culpadas: a estrela HD 74804, o membro mais brilhante de um enxame estelar chamado Collinder 197. 

Esta imagem de grande angular captura a paisagem celeste em torno da Gum 15, o objeto que se vê no centro. Entre muitos outros objetos o enxame estelar NGC 2671 é visível um pouco para baixo e à esquerda do centro e à direita embaixo vemos alguns dos filamentos que formam a remanescente de supernova da Vela. Esta imagem foi criada a partir de dados do Digitized Sky Survey 2. Crédito: ESO/Digitized Sky Survey 2. — Reconhecimento: Davide De Martin
 A aparência nodosa e irregular que aumenta a beleza desta nebulosa não é invulgar numa região HII e é, uma vez mais, resultado das estrelas que se encontram no seu interior. As regiões HII têm diversas formas porque a distribuição das estrelas e do gás no seu interior é muito irregular. 

 A acrescentar à forma interessante da Gum 15, temos ainda uma zona escura bifurcada de poeira obscurante visível no centro da imagem e algumas estruturas de reflexão ténues azuis que a atravessam.  

 Esta estrutura na poeira faz com que a nebulosa pareça uma versão maior e mais ténue da bem conhecida Nebulosa Trífida (Messier 20), embora neste caso o nome bífida fosse mais apropriado. Uma região HII como esta pode dar origem a milhares de estrelas durante um período de vários milhões de anos. 

 Estas estrelas esculpem a forma da nebulosa ao mesmo tempo que a fazem brilhar, e são também elas que eventualmente a destruirão. Assim que as estrelas recém-formadas passam as primeiras fases da sua evolução, fortes ventos de partículas são lançados pelas estrelas, esculpindo e dispersando os gases em seu redor. 

 Quando as mais massivas destas estrelas começarem a morrer, a Gum 15 morrerá com elas, já que estas estrelas são tão grandes que terminarão as suas vidas em explosões de supernova, dispersando os últimos restos de HII e deixando para trás apenas um enxame de estrelas jovens. 


Este novo vídeo panorâmico detalhado, criado a partir de dados obtidos pelo telescópio MPG/ESO de 2,2 metros no Observatório de La Silla, no Chile, mostra a região de formação estelar Gum 15. Este objeto pouco conhecido situa-se na constelação da Vela, a cerca de 3.000 anos-luz de distância da Terra. Esta nuvem brilhante é um excelente exemplo de uma região HII, apresentando também semelhanças com a Nebulosa Trífida (Messier 20), uma região HII mais famosa. Crédito: ESO. Música: Movetwo

 O programa Joias Cósmicas do ESO visa obter imagens de objetos interessantes, intrigantes ou visualmente atrativos, utilizando os telescópios do ESO, para efeitos de educação e divulgação científica. 

 O programa utiliza tempo de telescópio que não pode ser usado em observações científicas. Todos os dados obtidos podem ter igualmente interesse científico e são por isso postos à disposição dos astrônomos através do arquivo científico do ESO. 

 O nome deste objeto vem do astrônomo australiano Collin Gum, que publicou um catálogo de regiões HII em 1955. As regiões HII são enormes nuvens de gás e poeira onde ocorrem episódios de formação estelar e onde vivem estrelas recém-formadas. 

 O ESO é a mais importante organização europeia intergovernamental para a pesquisa em astronomia e é o observatório astronômico mais produtivo do mundo. O ESO é financiado por 15 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Brasil, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Itália, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia e Suíça. 

 O ESO destaca-se por levar a cabo um programa de trabalhos ambicioso, focado na concepção, construção e funcionamento de observatórios astronômicos terrestres de ponta, que possibilitam aos astrônomos importantes descobertas científicas. O ESO também tem um papel importante na promoção e organização de cooperação nas pesquisas astronômicas. 

 O ESO mantém em funcionamento três observatórios de ponta, no Chile: La Silla, Paranal e Chajnantor. No Paranal, o ESO opera o Very Large Telescope, o observatório astronômico óptico mais avançado do mundo e dois telescópios de rastreio. 

 O VISTA, o maior telescópio de rastreio do mundo que trabalha no infravermelho e o VLT Survey Telescope, o maior telescópio concebido exclusivamente para mapear os céus no visível. O ESO é o parceiro europeu do revolucionário telescópio ALMA, o maior projeto astronômico que existe atualmente. 

 O ESO está planejando o European Extremely Large Telescope, E-ELT, um telescópio de 39 metros que observará na banda do visível e infravermelho próximo. O E-ELT será “o maior olho do mundo virado para o céu”.

‣ Fonte: ESO

sábado, 21 de junho de 2014

Pesquisadores desenvolvem novo modelo baseado no metano para auxiliar na detecção de vida em exoplanetas

Composição artística do gigante exoplaneta HD 189733b e sua estrela-mãe. Créditos: NASA, ESA & STScI (G. Bacon)
 Um novo modelo poderoso para detectar vida em planetas fora do nosso Sistema Solar mais preciso do que qualquer outro, tem sido desenvolvido pela University College London (UCL). O novo modelo foca no metano, a molécula orgânica mais simples, e vastamente conhecida por ser um sinal potencial de vida.

 Os pesquisadores da UCL e da University of New South Wales desenvolveram um novo espectro para o metano “quente”, que pode ser usado para detectar moléculas em temperaturas acima daquelas experimentadas na Terra, acima de 1220 graus Celsius — algo que não era possível antes.

 Para descobrir do que os planetas remotos orbitando outras estrelas são feitos, os astrônomos analisam a maneira com a qual suas atmosferas absorvem a luz da estrela de diferentes cores e comparam com um modelo, ou “espectro” para assim identificar as diferentes moléculas.

 “Os modelos atuais de metano são incompletos levando a uma severa subestimativa dos níveis de metano nos planetas”, disse Jonathan Tennyson da UCL.

 “Nós antecipamos que o nosso novo modelo terá um grande impacto em estudos futuros dos planetas e das estrelas frias externas ao nosso Sistema Solar, ajudando potencialmente os cientistas a identificarem os sinais de vidas extraterrestres”.

 O estudo descreve como os pesquisadores usaram alguns dos supercomputadores mais avançados do Reino Unido, fornecidos pelo projeto Distributed Research utilizing Advanced Computing (DiRAC) e rodaram pela University of Cambridge, para calcular aproximadamente 10 bilhões de linhas espectroscópicas, cada uma com uma cor distinta onde o metano pode absorver luz.

 A nova lista de linhas é 2.000 vezes maior do que qualquer estudo anterior, o que significa que ele pode nos dar informações mais precisas num intervalo maior de temperaturas do que era anteriormente possível.

 “O espectro compreensivo que nós criamos só foi possível com a impressionante potência dos supercomputadores modernos, que são necessários para as bilhões de linhas necessárias para a modelagem”, disse Sergei Yurchenko.

 “Nós limitamos a temperatura a 1230 graus Celsius para ajustar a capacidade disponível, assim mais pesquisas poderiam ser feitas para expandir o modelo para temperaturas mais altas”.

 “Nossos cálculos necessitam cerca de 3 milhões de horas de processamento de unidade central sozinho, poder de processamento esse, somente acessível para nós através do projeto DiRAC”.

 “Estamos entusiasmados por ter usado essa tecnologia para avançar de forma significante além dos modelos prévios disponíveis para os pesquisadores estudarem o potencial de vida nos objetos astronômicos, e nós estamos ansiosos para ver o que o nosso novo espectro os ajudará a descobrir”, disse Yurchenko.

 O novo modelo tem sido testado e verificado reproduzindo com sucesso em detalhe a maneira com a qual o metano presente nas estrelas falhas (chamadas anãs marrons) absorve a luz.

‣ Fonte (em inglês): Astronomy Magazine
‣ Via: CiencTec

domingo, 15 de junho de 2014

Explosões gigantescas enterradas em poeira

Concepção artística do meio em torno de GRB 020819B, baseada em observações do ALMA. Crédito: NAOJ
 Observações obtidas com o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) permitiram aos astrônomos mapear diretamente, e pela primeira vez, o gás molecular e poeira nas galáxias onde ocorrem explosões de raios gama — as maiores explosões no Universo.

 Surpreendentemente, observou-se menos gás e muito mais poeira do que o esperado, fazendo com que estas explosões pareçam “explosões escuras”. Este trabalho foi publicado na revista Nature no dia 12 de junho de 2014.

 Trata-se do primeiro resultado científico do ALMA relativo a explosões de raios gama, evidenciando assim o potencial do telescópio no estudo deste fenômeno. As explosões de raios gama são enormes explosões de energia extremamente elevada observadas em galáxias distantes — são os mais brilhantes fenômenos explosivos no Universo.

 As explosões que duram mais do que alguns segundos são as chamadas explosões de raios gama de longa duração e estão associadas a explosões de supernovas — fortes detonações no final da vida de estrelas de elevada massa. Em apenas alguns segundos, uma explosão típica liberta tanta energia como o Sol ao longo de toda a sua vida de 10 milhões de anos.

 A explosão propriamente dita é normalmente seguida por uma emissão que se vai desvanecendo, conhecida por brilho remanescente, e que se pensa ser causada por colisões entre o material ejetado e o gás circundante.

Observações da galáxia hospedeira de GRB 020819B. As imagens mostram medições de rádio do gás molecular (à esquerda) e da poeira (ao centro), ambas obtidas com o ALMA. À direita podemos ver uma imagem no visível capturada pelo telescópio Frederick C. Gillett Gemini North. A cruz indica a localização da explosão de raios gama. Crédito: Bunyo Hatsukade (NAOJ), ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)
 No entanto, algumas explosões de raios gama parecem não ter este brilho remanescente — são as chamadas explosões escuras. Uma explicação possível prende-se com a existência de nuvens de poeira que absorverão esta radiação remanescente. Nos últimos anos, os cientistas têm estudado galáxias onde ocorrem as explosões de raios gama, no intuito de tentar perceber como é que estes fenômenos se formam.

 Esperava-se que as estrelas massivas progenitoras das explosões de raios gama se encontrassem em regiões de formação estelar ativa, as quais estariam envoltas por enormes quantidades de gás molecular — o combustível da formação estelar. No entanto, até agora nenhum resultado observacional corroborou esta teoria, mantendo-se assim um mistério de longa data.

 Agora, e pela primeira vez, uma equipa japonesa de astrônomos utilizou o ALMA para detectar a emissão de rádio do gás molecular em duas galáxias onde ocorrem estas explosões escuras de raios gama de longa duração — GRB 020819B e GRB 051022 — a cerca de 4,3 e 6,9 milhões de anos-luz de distância, respectivamente.

 Embora tal emissão de rádio nunca tenha sido detectada nestas galáxias, o ALMA possibilitou esta detecção, graças à sua sensibilidade elevada sem precedentes.

Concepção artística do meio em torno de GRB 020819B, baseada em observações do ALMA. Crédito: NAOJ
 Kotaro Kohno, professor da Universidade de Tóquio e membro da equipa de investigação que efetuou este trabalho, disse: “Há mais de dez anos que procuramos este gás molecular nestas galáxias, utilizando vários telescópios em todo o mundo”.

 “Conseguimos finalmente atingir o nosso objetivo, utilizando o poder do ALMA”. “Estamos muito entusiasmados com os resultados obtidos”.

 Outro resultado digno de nota, e igualmente possível graças à resolução elevada do ALMA, foi a descoberta da distribuição do gás molecular e da poeira em galáxias hospedeiras das explosões de raios gama. Observações da GRB 020819B revelaram um ambiente notavelmente rico em poeira, ao mesmo tempo que foi encontrado gás molecular em torno do centro da galáxia.

 Esta é a primeira vez que é descoberta uma tal distribuição de material nas galáxias onde ocorrem explosões de raios gama. “Não esperávamos que as explosões de raios gama ocorressem em meios tão poeirentos, com uma baixa razão de gás molecular relativamente à poeira”.

 “Este fato indica-nos que as explosões têm lugar num ambiente completamente diferente da típica região de formação estelar”, diz Hatsukade. Este resultado sugere que as estrelas massivas que morrem com explosões de raios gama mudam o ambiente na sua região de formação estelar antes de explodirem.

Concepção artística do meio em torno de GRB 020819B, baseada em observações do ALMA. A explosão de raios gama ocorreu num braço de uma galáxia situada na direção da constelação dos Peixes. Estas explosões são enormes, lançando jatos a alta velocidade na direção do observador. Surpreendentemente, foi observado menos gás e mais poeira do que o esperado, o que faz algumas explosões de raios gama aparecerem como “explosões escuras”. Crédito: NAOJ

 A equipa de investigação acredita que uma explicação possível para a alta proporção de poeira comparada ao gás molecular no local da explosão de raios gama possa vir da diferença nas reações relativas à radiação ultravioleta.

 Uma vez que as ligações entre os átomos que formam as moléculas são facilmente quebradas pela radiação ultravioleta, o gás molecular não consegue sobreviver num ambiente exposto à forte radiação ultravioleta emitida pelas estrelas quentes massivas na região de formação estelar, incluindo a própria estrela que eventualmente explodirá com emissão de raios gama observada.

 Embora uma distribuição semelhante seja também observada na GRB 051022, este resultado tem ainda que ser confirmado devido à falta de resolução (uma vez que a galáxia hospedeira da GRB 051022 está mais afastada do que a da GRB 020819B). De qualquer modo, estas observações do ALMA apoiam a hipótese de que é a poeira que absorve a radiação remanescente, dando origem às explosões de raios gama escuras.

 “Os resultados obtidos foram muito além das nossas expectativas”. “Precisamos agora fazer mais observações de outras galáxias onde ocorrem explosões de raios gama para ver se estas podem ser efetivamente condições ambientais gerais de um local de explosões de raios gama”.

 “Aguardamos com muito interesse o seguimento deste trabalho, que será executado fazendo já uso das capacidades melhoradas do ALMA”, disse Hatsukade.

Artigo científico: 

 As explosões de raios gama de longa duração, com mais de dois segundos, correspondem a 70% de todas as explosões de raios gama observados. Avanços na última década mostraram a existência de outra classe destas explosões, que duram menos de dois segundos, as explosões de raios gama de curta duração, que têm muito provavelmente origem na fusão de estrelas de neutrões, não estando associadas nem a supernovas nem a hipernovas.

 A sensibilidade do ALMA nestas observações foi cerca de cinco vezes melhor que a de outros telescópios semelhantes. As observações científicas preliminares do ALMA começaram em 2011 com uma rede parcial de antenas. Estas observações foram feitas com uma rede de apenas 24-27 antenas, com separações entre si de, no máximo, 125 metros.

 A rede completa de 66 antenas oferece grande promessa relativamente ao que o ALMA será capaz de revelar no futuro próximo, quando as antenas estiverem dispostas em diferentes configurações, com distâncias entre si a variar entre 150 metros e 16 quilômetros. A proporção de poeira para o gás molecular é cerca de 1% no meio interestelar na Via Láctea e em galáxias próximas com formação estelar ativa, sendo dez ou mais vezes maior na região que rodeia a GRB 020819B.

 O ESO é a mais importante organização europeia intergovernamental para a pesquisa em astronomia e é o observatório astronômico mais produtivo do mundo. O ESO é financiado por 15 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Brasil, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Itália, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia e Suíça.

 O ESO destaca-se por levar a cabo um programa de trabalhos ambicioso, focado na concepção, construção e funcionamento de observatórios astronômicos terrestres de ponta, que possibilitam aos astrônomos importantes descobertas científicas. O ESO também tem um papel importante na promoção e organização de cooperação nas pesquisas astronômicas.

 O ESO mantém em funcionamento três observatórios de ponta, no Chile: La Silla, Paranal e Chajnantor. No Paranal, o ESO opera o Very Large Telescope, o observatório astronômico óptico mais avançado do mundo e dois telescópios de rastreio.

 O VISTA, o maior telescópio de rastreio do mundo que trabalha no infravermelho e o VLT Survey Telescope, o maior telescópio concebido exclusivamente para mapear os céus no visível. O ESO é o parceiro europeu do revolucionário telescópio ALMA, o maior projeto astronômico que existe atualmente.

 O ESO está planejando o European Extremely Large Telescope, E-ELT, um telescópio de 39 metros que observará na banda do visível e infravermelho próximo. O E-ELT será “o maior olho do mundo virado para o céu”.

‣ Fonte: ESO

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Uma visão vasta e colorida do Universo através do Hubble

Crédito: NASA, ESA, H. Teplitz and M. Rafelski (IPAC/Caltech), A. Koekemoer (STScI), R. Windhorst (Arizona State University), and Z. Levay (STScI)
 Astrônomos usando o Telescópio Espacial Hubble capturaram a mais completa imagem já montada do Universo em evolução — e uma das mais coloridas. O estudo é chamado de “Ultraviolet Coverage of the Hubble Ultra Deep Field” (UVUDF). 

 Antes desse estudo, os astrônomos estavam em uma posição curiosa. Eles sabiam muito sobre a formação de estrelas que ocorre em galáxias próximas, graças aos telescópios de UV, como o Observatório Galex da NASA que operou de 2003 a 2013. 

 E, graças à capacidade do Hubble em obter imagens do visível até próximo ao infravermelho, eles também estudaram o nascimento das estrelas nas galáxias mais distantes. Vemos essas galáxias distantes em seus estágios mais primitivos, devido à grande quantidade de tempo que a sua luz leva para chegar até nós. 

 No entanto, entre 5 e 10 bilhões de anos-luz de distância de nós — o que corresponde a um período de tempo em que a maioria das estrelas no Universo nasceu — faltavam dados necessários para compreender plenamente a formação estelar. 

 As mais quentes, de maior massa e as mais jovens estrelas, que emitem luz ultravioleta, foram muitas vezes negligenciadas como sujeitas à observação direta, deixando uma lacuna importante no nosso conhecimento sobre a linha do tempo cósmico. 

 A adição de dados em ultravioleta para o Hubble Ultra Deep Field, usando a Wide Field Camera 3 do Hubble, deu aos astrônomos o acesso à observações diretas das regiões de formação estelar não obscurecidas, e pode nos ajudar a compreender como as estrelas se formaram. 

 Ao observar esses comprimentos de onda, os pesquisadores conseguiram uma visão direta sobre quais galáxias estão formando estrelas e, tão importante, onde as estrelas estão se formando. Isso permite aos astrônomos entenderem como as galáxias como a Via Láctea crescem em tamanho, desde pequenas coleções de estrelas muito quentes até as massivas estruturas que elas são hoje. 

 O pedaço do céu nessa imagem já havia sido previamente estudado por astrônomos em uma série de exposições do visível ao próximo do infravermelho, feitas de 2004 a 2009: o Hubble Ultra Deep Field. Agora, com a adição de luz ultravioleta, eles combinaram uma gama de cores disponíveis para o Hubble, que se estende desde o ultravioleta até próximo ao infravermelho.

 A imagem resultante, feita com 841 órbitas de tempo de observação do telescópio, contém cerca de 10,000 galáxias, chegando a poucas centenas de milhões de anos do Big Bang. Como a atmosfera do planeta Terra filtra a maior parte da luz ultravioleta, este trabalho só pôde ser realizado com um telescópio espacial como o Hubble. 

 Crédito: NASA, ESA, and G. Bacon (STScI) Reconhecimento: H. Teplitz and M. Rafelski (IPAC/Caltech), A. Koekemoer (STScI), R. Windhorst (Arizona State University), and Z. Levay (STScI)

Pesquisas em ultravioleta como essa são extremamente importantes no planejamento do Telescópio Espacial James Webb (JWST), já que o Hubble é, atualmente, o único telescópio capaz de obter os dados em ultravioleta que os pesquisadores precisarão para combinar com os dados em infravermelho do JWST. 

 A imagem Hubble Ultra Deep Field de 2014 é um composto de exposições separadas feitas entre 2003 e 2012 com Advanced Camera for Surveys e a Wide Field Camera 3 do Hubble.

‣ Fonte (em inglês): Hubble
Colaboração: Ivan Lopes

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Um enxame estelar em Carina

Esta nova imagem colorida obtida pelo telescópio MPG/ESO de 2,2 metros, instalado no Observatório de La Silla do ESO, no Chile, mostra o enxame estelar NGC 3590. As estrelas brilham intensamente sobre uma paisagem de zonas escuras de poeira e nuvens coloridas de gás brilhante. Este pequeno enxame fornece aos astrônomos pistas sobre a formação e evolução das estrelas — para além de ajudar a compreender melhor a estrutura dos braços em espiral da nossa galáxia. Crédito: ESO/G. Beccari
 Esta nova imagem colorida obtida pelo telescópio MPG/ESO de 2,2 metros, instalado no Observatório de La Silla do ESO, no Chile, mostra o enxame estelar NGC 3590. As estrelas brilham intensamente sobre uma paisagem de zonas escuras de poeira e nuvens coloridas de gás brilhante.

 Este pequeno enxame fornece aos astrônomos pistas sobre a formação e evolução das estrelas — para além de ajudar a compreender melhor a estrutura dos braços em espiral da nossa galáxia. A NGC 3590 é um pequeno enxame estelar aberto situado a cerca de 7,500 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Carina (a Quilha).

 Trata-se de um conjunto de dúzias de estrelas ligadas de forma ligeira pela gravidade, com cerca de 35 milhões de anos de idade. Este enxame não é apenas bonito; é também muito útil aos astrônomos.

 Ao estudar este enxame em particular — e outros próximos dele — os astrônomos podem explorar as propriedades do disco espiral da nossa galáxia, a Via Láctea. A NGC 3590 situa-se no maior segmento de um braço em espiral que pode ser visto a partir da nossa posição na galáxia: a espiral de Carina.

Este mapa mostra a constelação Carina, a quilha do navio Argus de Jason e os Argonautas. Estão assinaladas a maioria das estrelas visíveis a olho nu numa noite límpida e escura. O pequeno enxame estelar NGC 3590 está igualmente marcado. Este enxame pode ser visto através de um pequeno telescópio amador, apresentando-se como um pequeno nó de estrelas ténues numa região rica em estrelas da Via Láctea austral. Crédito: ESO, IAU and Sky & Telescope
 A Via Láctea possui vários braços em espiral, correntes longas e encurvadas de gás e estrelas, que se estendem desde o centro galáctico. Estes braços — dois principais com muitas estrelas e dois secundários menos populares — têm o nome das constelações onde são mais proeminentes.

 A espiral de Carina pode ser vista da Terra como uma zona do céu densamente popular de estrelas, no braço secundário de Carina-Sagitário.

 O nome deste braço — Carina ou a Quilha — é bastante apropriado. Estes braços em espiral são na realidade ondas de gás e estrelas acumuladas que varrem o disco galáctico, dando origem a episódios de formação estelar intensa e deixando enxames como o NGC 3590 atrás de si.

 Descobrir e observar estrelas jovens como as que se encontram no NGC 3590, é uma maneira de determinar as distâncias às diferentes zonas do braço em espiral, o que por sua vez nos informa sobre a sua estrutura.

 Os enxames abertos típicos podem conter desde umas dezenas até a alguns milhares de estrelas e fornecer aos astrônomos pistas sobre a evolução estelar. As estrelas presentes num enxame como o NGC 3590 nascem todas praticamente ao mesmo tempo da mesma nuvem de gás, o que torna os enxames locais perfeitos para testar as teorias de formação e evolução estelar.

Esta sequência zoom começa com uma vista alargada da Via Láctea austral, aproximando-se gradualmente de uma região do céu rica em estrelas na constelação Carina (a Quilha). A imagem final muito colorida foi obtida pelo telescópio MPG/ESO de 2,2 metros, no Observatório de La Silla, Chile, e mostra o enxame estelar NGC 3590. Estas estrelas brilham intensamente sobre uma paisagem de zonas escuras de poeira e nuvens coloridas de gás brilhante. Este pequeno enxame fornece aos astrônomos pistas sobre a formação e evolução das estrelas — para além de ajudar a compreender melhor a estrutura dos braços em espiral da nossa galáxia. Crédito: ESO/G. Beccari/Nick Risinger (skysurvey.org). Música: movetwo

 A imagem obtida pelo instrumento Wide Field Imager (WFI) montado no telescópio MPG/ESO de 2,2 metros, em La Silla, mostra o enxame e as nuvens de gás que o rodeiam, as quais brilham em tons vermelhos e alaranjadas devido à radiação emitida pelas estrelas quentes mais próximas.

 O grande campo de visão do WFI capturou igualmente um número enorme de estrelas de fundo. Para obter a imagem foram feitas várias observações utilizando diferentes filtros para capturar as diferentes cores.

 A imagem foi criada a partir de dados obtidos na região visível e infravermelha do espectro eletromagnético, sendo sido utilizado igualmente um filtro especial para capturar separadamente a radiação emitida pelo hidrogênio. Os quatro braços em espiral chamam-se braços de Carina-Sagitário, Norma, Escudo-Centauro e Perseus.

Este vídeo panorâmico mostra em detalhe a nova imagem colorida do enxame estelar NGC 3590, obtida pelo telescópio MPG/ESO de 2,2 metros, no Observatório de La Silla do ESO, no Chile. As estrelas brilham intensamente sobre uma paisagem de zonas escuras de poeira e nuvens coloridas de gás brilhante. Este pequeno enxame fornece aos astrônomos pistas sobre a formação e evolução das estrelas — para além de ajudar a compreender melhor a estrutura dos braços em espiral da nossa galáxia. Crédito: ESO/G. Beccari. Música: movetwo

 O ESO é a mais importante organização europeia intergovernamental para a pesquisa em astronomia e é o observatório astronômico mais produtivo do mundo. O ESO é financiado por 15 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Brasil, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Itália, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia e Suíça.

 O ESO destaca-se por levar a cabo um programa de trabalhos ambicioso, focado na concepção, construção e funcionamento de observatórios astronômicos terrestres de ponta, que possibilitam aos astrônomos importantes descobertas científicas. O ESO também tem um papel importante na promoção e organização de cooperação nas pesquisas astronômicas.

 O ESO mantém em funcionamento três observatórios de ponta, no Chile: La Silla, Paranal e Chajnantor. No Paranal, o ESO opera o Very Large Telescope, o observatório astronômico óptico mais avançado do mundo e dois telescópios de rastreio.

 O VISTA, o maior telescópio de rastreio do mundo que trabalha no infravermelho e o VLT Survey Telescope, o maior telescópio concebido exclusivamente para mapear os céus no visível. O ESO é o parceiro europeu do revolucionário telescópio ALMA, o maior projeto astronômico que existe atualmente.

 O ESO está planejando o European Extremely Large Telescope, E-ELT, um telescópio de 39 metros que observará na banda do visível e infravermelho próximo. O E-ELT será “o maior olho do mundo virado para o céu”.

‣ Fonte: ESO