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quarta-feira, 19 de março de 2014

Sonda Cassini pode ter registrado ondas nos mares de Titã

O instrumento da sonda Cassini, VIMS (Visible and Infrared Mapping Spectrometer), apresenta uma imagem de reflexão espetacular dos muitos lagos de Titã durante um sobrevoo em 24 de julho de 2012. Crédito: NASA/JPL-Caltech/SSI/Jason W. Barnes et al.
Não é surpresa que a região polar norte de Titã seja coberta por vastos lagos e mares de metano líquido – essas feições foram imageadas muitas vezes pela sonda Cassini durante seus dez anos em órbita ao redor do sistema de Saturno. O que surpreende, é como são suaves as superfícies desses lagos.

Alguém, porém, poderia pensar que essas grandes expansões de superfícies líquidas – alguns mares de Titã são maiores que os Grandes Lagos da América do Norte – poderiam exibir no mínimo uma pequena atividade num mundo com uma atmosfera tão densa como Titã.

Mas, repetidas imagens de radar têm mostrado que as suas superfícies são muito suaves. Nos últimos anos, os cientistas quebraram a cabeça sobre essa anomalia, mas agora eles podem ter finalmente visto uma luz no fim do túnel, ou seja, a luz refletida daquilo que poderia ser na verdade, ondas em Titã.

Usando dados adquiridos durante os sobrevoos realizados em Titã em 2012 e 2013, o cientista planetário Jason Barnes, da Universidade de Idaho, e uma equipe de pesquisadores de algumas outras instituições incluindo, o JPL (Jet Propulsion Laboratory), Cornell, e o MIT, identificaram que possam existir ondas na superfície do Punga Mare, um dos maiores lagos de Titã.

Para se ter uma ideia da escala, o Lago Vitoria, o maior lago da África, poderia tranquilamente caber dentro do Punga Mare de Titã que tem 380 km de largura.

As variações em detalhes espetaculares de quatro pixels observados na superfície de Punga Mare pelo instrumento VIMS (Visible and Infrared Mapping Spectrometer) da Cassini têm sido interpretadas pela equipe como sendo resultado de ondas – ou, talvez, ondulações, com uma altura estimada de 2 centímetros.

Mapa da região polar norte de Titã feita a partir de imagens de radar de alta resolução da sonda Cassini. Crédito: NASA/JPL/USGS
Se as observações da Cassini interpretadas por Barnes e outros, sejam indicativas de ondas no Punga Mare, elas poderiam também explicar variações especulares anteriores vistas em outros corpos de líquido como o menor Kivu Lacus (imagem principal da matéria).

“Se a descoberta se confirmar, representará as primeiras ondas em superfície de mares conhecidas fora da Terra”, disse Jason W. Barnes.

Novamente, as ondas não são as únicas explicações. Variações especulares similares poderiam também ser causadas pela superfície molhada – como uma lama achatada de metano. Observações futuras serão necessárias para confirmar ou não a real presença de ondas em Titã.

Fonte (em inglês): Universe Today
Via: CiencTec

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