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sábado, 26 de abril de 2014

Os telescópios Spitzer e WISE da NASA encontraram a estrela mais fria próxima do Sol

Essa concepção artística mostra o objeto chamado WISE J085510.83-071442.5, a anã marrom mais fria já conhecida. Anãs marrons são corpos como estrelas fracas que não têm massa suficiente para queimar combustível nuclear como fazem as estrelas. Crédito: NASA/JPL-Caltech/Penn State University
 Os telescópios espaciais Wide-field Infrared Survey Explorer (WISE) e Spitzer da NASA descobriram o que parece ser a mais fria “anã marrom” conhecida – um corpo parecido com uma estrela fraca que, surpreendentemente, é tão gelado quanto o polo norte da Terra.

 As imagens dos telescópios também identificaram a distância do objeto que está a 7,2 anos-luz de distância, ganhando o título de quarto objeto mais próximo do nosso Sistema Solar. O sistema mais próximo, um trio de estrelas, é Alpha Centauri, a cerca de 4 anos-luz de distância.

 “É muito emocionante descobrir um novo vizinho que está tão perto do nosso Sistema Solar”, disse Kevin Luhman, astrônomo do Centro de Exoplanetas e Mundos Habitáveis da Universidade Estadual da Pensilvânia.

 “E dada a sua temperatura extrema, deve dizer-nos muito sobre as atmosferas de planetas, que muitas vezes têm temperaturas semelhantemente frias”.

Essa animação mostra a mais fria anã marrom já vista e o quarto sistema mais próximo do nosso Sol. Chamado de WISE J085510.83-071442.5, esse objeto escuro foi descoberto através do seu movimento rápido pelo céu. Crédito: NASA/JPL-Caltech/Penn State University
 Anãs marrons começam suas vidas como estrelas, como bolas de gás em colapso, mas falta-lhes massa para queimar combustível nuclear e irradiar a luz estelar. A mais fria anã marrom recém-descoberta foi nomeada WISE J085510.83-071442.5. Tem uma temperatura que varia entre 48 e 13 graus Celsius negativos.

 As titulares registradas anteriormente para anãs marrons mais frias, também encontradas por WISE e Spitzer, possuíam temperatura ambiente. WISE foi capaz de detectar este objeto raro porque ele examinou o céu inteiro duas vezes em luz infravermelha, observando algumas áreas até três vezes.

 Objetos frios como as anãs marrons podem ser invisíveis quando vistos por telescópios de luz visível, mas seu brilho térmico – mesmo sendo fraco – destaca-se em luz infravermelha. Além disso, quanto mais próximo o corpo, mais ele parece se mover nas imagens separadas por meses. Os aviões são um bom exemplo deste efeito: um avião voando baixo vai parecer mais rápido do que um avião voando alto.

 “Este objeto parecia se mover muito rápido nos dados do WISE”, disse Luhman.

 “Isso nos disse que era algo especial”. Após perceber o movimento rápido de WISE J085510.83-071442.5 em março de 2013, Luhman gastou seu tempo analisando imagens adicionais tiradas com o Spitzer e com o telescópio Gemini Sul em Cerro Pachón, no Chile.

 Observações em infravermelho do Spitzer ajudaram a determinar a temperatura gelada da anã marrom. Detecções combinadas de WISE e Spitzer, tiradas de diferentes posições ao redor do Sol, possibilitaram a medição da distância através do efeito de paralaxe.

 Este é o mesmo princípio que explica por que seu dedo, quando estendido à sua frente, parece saltar de um lado para outro quando você alterna a vista entre o olho esquerdo e direito.

Esse diagrama ilustra a localização dos sistemas estelares mais próximos do Sol. O ano em que a distância de cada sistema foi determinado é listado após o nome do sistema. Crédito: NASA/Penn State University
 “É notável que, mesmo depois de muitas décadas de estudo do céu, ainda não temos um inventário completo dos vizinhos mais próximos do Sol”, disse Michael Werner, cientista do projeto Spitzer no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês) da NASA em Pasadena, Califórnia, JPL administra e opera Spitzer.

 “Este novo resultado emocionante demonstra o poder de explorar o Universo utilizando novas ferramentas, tais como os olhos infravermelhos do WISE e Spitzer”.

 Estima-se que WISE J085510.83-071442.5 tenha cerca de 3 a 10 vezes a massa de Júpiter. Com uma massa tão baixa, poderia ser um gigante gasoso semelhante a Júpiter que foi expulso do seu sistema estelar.

 Mas os cientistas estimam que seja provavelmente uma anã marrom ao invés de um planeta, pois as anãs marrons são conhecidas por serem bastante comuns. Se assim for, está é uma das menores anãs marrons.

 Em março de 2013, analisando as imagens do WISE, Luhman descobriu um par de anãs marrons muito mais quentes e a uma distância de 6,5 anos-luz, fazendo com que esse sistema seja o terceiro mais próximo do Sol.

 Sua busca por corpos movendo-se rapidamente também demonstrou que o Sistema Solar exterior, provavelmente, não contém um grande planeta ainda não descoberto, que tem sido chamado de “Planeta X” ou “Nêmesis”.

-Para mais informações sobre a missão WISE da NASA, visite (em inglês): www.nasa.gov/wise.

-Para mais informações sobre a missão Spitzer da NASA, visite (em inglês): www.nasa.gov/spitzer.

‣ Fonte (em inglês): JPL
-Colaboração: Ivan Lopes

sexta-feira, 25 de abril de 2014

O rover Curiosity registrou pela primeira vez asteroides nos céus de Marte

O rover Curiosity da NASA em Marte capturou a primeira imagem de asteroide tirada na superfície marciana. A imagem inclui dois asteroides, Ceres e Vesta. A imagem também inclui a lua Deimos de Marte em um baixo-relevo circular, exposição ajustada e inserções quadradas à esquerda de outras observações, na mesma noite. Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS/Texas A&M
 Uma nova imagem feita pelo rover Curiosity em Marte é a primeira imagem já feita da superfície do planeta e que mostra um asteroide no céu do planeta vermelho, nesse caso, na verdade, são dois: Ceres e Vesta.

 Esses dois – o maior, e o terceiro maior corpo no cinturão de asteroides localizado entre Marte e Júpiter – são os destinos da sonda Dawn, da NASA. A Dawn orbitou o Vesta em 2011 e 2012, e está a caminho de orbitar Ceres no próximo ano.

 Ceres é um planeta anão, bem como um asteroide. Ceres e Vesta aparecem como pequenos e apagados rastros em uma imagem de 12 segundos de exposição feita pela Mast Camera (MastCam) do Curiosity, no dia 20 de abril de 2014.

 “Esse imageamento foi parte de um experimento desenvolvido para checar a opacidade da atmosfera na noite no local onde o Curiosity se encontra, em Marte, onde nuvens de gelo de água e névoas se desenvolvem durante essa estação”, disse um membro da câmera Mark Lemmon da Texas A&M University em College Station.

 “As duas luas marcianas eram os principais alvos da noite, mas nós escolhemos um momento quando uma das duas luas estava perto de Ceres e Vesta no céu”.

 Ceres e Vesta são muito maiores e estão muito mais distantes da órbita da Terra do que os tipos de asteroides próximos do nosso planeta que estão sendo considerados pela iniciativa de asteroides da NASA.

 Essa iniciativa inclui duas atividades separadas, mas correlacionadas: a missão de redirecionamento de asteroide e o grande desafio.

 A NASA está atualmente desenvolvendo conceitos para a missão de redirecionamento que empregará uma nave robô, guiada por um avançado sistema de propulsão solar elétrico, para capturar um pequeno asteroide próximo da Terra, ou remover um pedaço de rocha da superfície de um asteroide maior.

 A nave então tentará redirecionar o objeto colocando-o numa órbita estável ao redor da Lua. Os astronautas viajarão a bordo da nave Orion da NASA, lançada no foguete Space Launch System, para se aproximar numa órbita lunar do asteroide capturado.

 Uma vez lá, eles coletarão amostras para retornar para a Terra para estudo. O grande desafio é uma pesquisa pelas melhores ideias para encontrar asteroides que possam representar uma ameaça potencial para a população humana, e para acelerar o trabalho da NASA já feito, voltado para a defesa planetária.

 O Mars Science Laboratory Project da NASA está usando o Curiosity para acessar antigos ambientes habitáveis e as maiores mudanças ambientais ocorridas no meio ambiente marciano.

 O Jet Propulsion Laboratory (JPL), uma divisão do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, construiu o rover e gerencia o projeto para o Science Mission Directorate da NASA em Washington.

 A Malin Space Science Systems, em San Diego, construiu e opera a MastCam do rover.

-Mais informações sobre a missão Dawn está disponível (em inglês): www.nasa.gov/dawn e http://dawn.jpl.nasa.gov.

-Para mais informações sobre o Curiosity, visite (em inglês): www.nasa.gov/msl e http://mars.jpl.nasa.gov/msl.

-Você pode seguir a missão no Facebook e no Twitter.

‣ Fonte (em inglês): JPL
‣ Via: CiencTec

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Par único de buracos negros escondidos é descoberto pelo XMM-Newton

Composição artística de um sistema binário de buracos negros supermassivos. Crédito: ESA/C. Carreau
 Um par de buracos negros supermassivos em órbita um do outro foi registrado pelo XMM-Newton. Essa é a primeira vez que um par tem sido observado numa galáxia ordinária. Eles foram descobertos, pois estavam arrebentando uma estrela quando o observatório espacial estava olhando na sua direção.

 A maior parte das galáxias massivas no Universo são pensadas em abrigar no mínimo um buraco negro supermassivo em seus centros. Dois buracos negros supermassivos são as evidências de que galáxias estão se fundindo.

 Assim, encontrar, buracos negros supermassivos binários podem dizer aos astrônomos sobre como as galáxias desenvolvem nas suas formas e tamanhos atuais. Até hoje, somente poucos candidatos a buracos negros supermassivos binários próximos foram encontrados.

 Todos eles estão em galáxias ativas onde eles estão constantemente rompendo nuvens de gás, num prelúdio da colisão entre eles, que deve acontecer em algum momento. No processo de destruição, o gás é aquecido a temperaturas tão altas que ele brilha em muitos comprimentos de onda, incluindo em raios-X.

 Isso dá a galáxia um centro brilhante incomum, e leva a elas serem chamadas de ativas. A nova descoberta, reportada por Fukun Liu, da Universidade de Pequim, em Pequim, na China e seus colegas, é importante, pois ele é o primeiro a encontrar esse tipo de interação em galáxias que não sejam ativas.

 “Pode haver um população inteira de galáxias quiescentes que abrigam buracos negros binários em seus centros”, disse o co-autor Stefanie Komossa, do Max Planck Institute for Radio Astronomy, em Bonn, na Alemanha.

 Mas encontrá-los é uma tarefa difícil em galáxias quiescentes, não existem nuvens de gás alimentando os buracos negros, e assim os núcleos dessas galáxias são verdadeiramente escuros. A única esperança que os astrônomos têm é olhar na direção certa no momento em que um buraco negro está trabalhando, e destruindo uma estrela em pedaços.

 Esse tipo de ocorrência é chamado de “evento de ruptura de maré”. À medida que a estrela é puxada pela gravidade do buraco negro, ela emite um brilho de raios-X. Numa galáxia ativa, o buraco negro é continuamente alimentado pelas nuvens de gás.

 Numa galáxia quiescente, o buraco negro é alimentado pelos eventos de ruptura de maré que ocorrem esporadicamente e são impossíveis de serem previstos. Assim, para aumentar a chance de se observar um evento desses, os pesquisadores usam o Observatório de Raios-X XMM-Newton da ESA (Agência Espacial Europeia) de uma maneira nova.

 Normalmente, o observatório coleta os dados de alvos designados, um por vez. Uma vez que ele completa a observação, ele passa para o próximo objeto da lista. O truque é que durante esse movimento, o XMM-Newton mantém os instrumentos focados e registrando.

 Efetivamente essa pesquisa do céu tem um padrão aleatório, produzindo dados que podem ser analisados em busca de fontes de raios-X desconhecidas e inesperadas. Em 10 de junho de 2010, um evento de ruptura de maré foi registrado pelo XMM-Newton na galáxia SDSS J120136.02+300305.5.

Faixas brilhantes em raios-X grava a história de enormes quantidades de dados do XMM-Newton enquanto se move o foco entre objetos diferentes no céu. A imagem contém informações de mais de 1,200 dados individuais feitos entre 2001 e 2012 e abrange cerca de 62 por cento do céu. É um mosaico de 73,178 imagens individuais de 1 x 0.5 graus e é mostrado na projeção galáctica, com o plano galáctico, deitada sobre o centro da imagem. Os dados cobrem uma gama de energia de 0.2–2 keV. Certo número de fontes de raios-X conhecidos é visto na imagem, incluindo o remanescente de supernova da Vela (o recurso de branco brilhante à direita), o Laço do Cisne (à esquerda), Scorpius X-1 (logo acima do centro da imagem) e a Grande e Pequena Nuvem de Magalhães (no polo sul da eclíptica, dentro da região concentrada de sobreposição de dados no canto inferior direito da imagem). Crédito: ESA/A. Read (University of Leicester)
 Komossa e seus colegas estavam escaneando os dados em busca desses eventos e programando observações subsequentes poucos dias depois com o XMM-Newton e com o satélite Swift da NASA.

 A galáxia estava expelindo raios-X no espaço. Se parecia exatamente como um evento de ruptura de maré causado por um buraco negro supermassivo, mas enquanto eles rastreavam a vagarosa emissão que se apagava dia após dia, algo estranho aconteceu.

 Os raios-X caíram abaixo dos níveis detectáveis entre os dias 27 e 48 depois da descoberta. Então eles reapareceram e continuaram a seguir uma taxa de queda mais esperada, como se nada tivesse acontecido. Agora, graças a Fukun Liu, o comportamento pode ser explicado.

 “Isso é exatamente o que se espera de um par de buracos negros supermassivos, orbitando um ao redor do outro”, disse Liu.

 Liu tem trabalhado em modelos de sistemas binários de buracos negros que previu uma repentina queda para a escuridão e então a recuperação do brilho, pois a gravidade de um dos buracos negros corrompeu o fluxo de gás de outro, temporariamente privando-o do combustível necessário para gerar um brilho em raios-X.

 Ele encontrou que duas possíveis configurações eram possíveis para reproduzir as observações da J120136. Na primeira, o buraco negro primário continha 10 milhões de vezes a massa do Sol e estava orbitando um buraco negro de cerca de um milhão de vezes a massa do Sol em uma órbita elíptica.

 Na segunda solução, o buraco negro primário, tinha cerca de um milhão de vezes a massa do Sol e tinha uma órbita circular. Em ambos os casos, a separação entre os buracos negros era relativamente pequena: cerca de 0.6 milliparsecs, ou algo em torno de 2 milionésimos de um ano-luz.

 Isso é aproximadamente a largura do Sistema Solar. Sendo tão próximos, o destino desse par de buracos negros recém-descoberto está selado. Eles irão irradiar sua energia orbital, gradativamente espiralando de forma conjunta, até cerca de 2 milhões de anos eles se fundirão em um único buraco negro.

 Agora que os astrônomos encontraram seu primeiro candidato para um buraco negro binário, em uma galáxia quiescente, a pesquisa é mais do que inevitável.

 O XMM-Newton continuará sua vagarosa busca. Essa detecção também despertará o interesse numa rede de telescópios que pesquisem o céu como um todo em busca dos eventos de ruptura de maré.

 “Uma vez que se detectem milhares de eventos de ruptura de maré, nós podemos começar a extrair estatísticas confiáveis sobre a taxa em que as galáxias se fundem”, disse Komossa.

 Existe outra esperança para o futuro. Quando buracos negros binários se fundem, é previsto que eles lancem uma explosão massiva de energia no Universo, mas não na sua maioria em raios-X.

 “A fusão final espera-se ser a fonte mais intensa de ondas gravitacionais no Universo”, disse Liu.

 As ondas gravitacionais são ondas no contínuo espaço-tempo. Os astrônomos ao redor do mundo estão atualmente construindo um novo tipo de observatório para detectar essas ondulações.

 A ESA também está envolvida em abrir essa nova janela no Universo. Em 2015, a ESA lançará a sonda LISA Pathfinder, que testará a tecnologia necessária para se construir um detector espacial de ondas gravitacionais.

 A pesquisa pelas elusivas ondas gravitacionais é também um tema para uma grande missão científica da ESA, a missão L3, no programa Cosmic Vision. Por enquanto, o XMM-Newton continuará procurando pelos eventos de rompimento de maré que indicam a presença de candidatos a buracos negros supermassivos binários.

 “O uso inovador das observações feitas com o XMM-Newton tornou possível à detecção dos sistemas binários de buracos negros supermassivos”, disse Norbert Schartel, Cientista de Projeto do XMM-Newton da ESA.

 “Isso demonstra a importância de se manter por longos períodos observatórios espaciais que podem detectar eventos raros que potencialmente podem abrir novas áreas na astronomia”.

‣ Fonte (em inglês): ESA
‣ Via: CiencTec

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Acompanhe ao vivo a chuva de meteoros Lirídeas


 A Slooh transmitira ao vivo uma cobertura dos meteoros Lirídeas (se o tempo no local permitir), com comentários do astrônomo Bob Berman e os especialistas da equipe Slooh, podendo ser acompanhado logo acima.

 Os Lirídeas são uma chuva considerada média, produz normalmente cerca de 20 meteoros por hora em seu pico. A chuva de meteoros atinge o auge em 22 de abril, embora alguns meteoros podem ser visíveis a partir de 16 até 25 de abril.

 A Lua minguante vai ficar visível, podendo esconder alguns dos meteoros menos brilhantes. Procure por meteoros que irradiam da constelação de Lira depois da meia-noite até o amanhecer. Encontre um local escuro, longe das luzes da cidade.

domingo, 20 de abril de 2014

Imagem do Hubble mostra objetos um bilhão de vezes mais apagado do que aqueles que podemos observar a olho nu

Está imagem de um aglomerado de galáxia, tirada pelo Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA dá uma notável seção transversal do Universo, mostrando objetos em diferentes distâncias e diferentes estágios na história cósmica. Eles vão desde vizinhos cósmicos perto para objetos vistos nos primeiros anos do Universo. A exposição de 14 horas mostra objetos um bilhão de vezes mais apagado do que pode ser observado a olho nu. Crédito: NASA & ESA
 Uma imagem de um aglomerado de galáxias feita pelo Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA nos presenteia com uma impressionante seção do Universo, mostrando objetos em diferentes distâncias e em diferentes estágios da história cósmica.

 A distância varia desde vizinhos cósmicos próximos até objetos que são observados nos anos iniciais do Universo. A exposição de 14 horas mostra objetos um bilhão de vezes mais apagado do que aqueles que podem ser observados a olho nu.

 Essa nova imagem do Hubble apresenta uma impressionante variedade de objetos em diferentes distâncias de nós, estendendo por mais da metade do que se conhece até hoje o limite do Universo observável.

 As galáxias que aparecem nessa imagem localizam-se a cerca de cinco bilhões de anos-luz da Terra, mas o campo também contém outros objetos, tanto significantemente mais próximos como bem mais distantes.

A maioria das galáxias visíveis nesta imagem do Hubble são membros de um enorme aglomerado chamado CLASS B1608+656, situado a cerca de 5 bilhões de anos-luz. Mas o campo também contém outros objetos que são significativamente mais perto e mais distante – incluindo duas lentes gravitacionais Fred e Ginger. Crédito: NASA & ESA
 Estudos dessa região do céu têm mostrado que muitos dos objetos que parecem estar localizados próximos podem na verdade estarem separados por bilhões de anos-luz.

 Isso ocorre porque alguns agrupamentos de galáxias localizam-se na mesma linha de visão, criando um tipo de ilusão óptica. A seção do Hubble é completada por imagens distorcidas de galáxias distantes localizadas em segundo plano na imagem.

 Esses objetos algumas vezes são distorcidos devido a um processo conhecido como lente gravitacional, uma técnica extremamente valiosa na astronomia para se estudar objetos muito distantes.

 Esse efeito de lente é causado pela distorção do contínuo espaço-tempo por galáxias massivas localizadas perto da nossa linha de visão com relação aos objetos distantes.

Está imagem foi registrada com um telescópio no solo e mostra a região em torno de um aglomerado de galáxia, chamado CLASS B1608+656. Crédito: NASA & ESA, Digitised Sky Survey 2. - Reconhecimento: Davide De Martin
 Um desses sistemas de lente visível aqui é chamado de CLASS B1608+656, que aparece como um pequeno loop no centro da imagem.

 Ele apresenta duas galáxias em primeiro plano distorcendo e amplificando a luz de um quasar distante conhecido como QSO-160913+653228.

 A luz desse brilhante disco de matéria, que está atualmente caindo em um buraco negro, demorou nove bilhões de anos para chegar até nós – dois terços da idade do Universo.

Este vídeo começa com uma visão do céu noturno antes de fazer zoom e ir para o aglomerado de galáxia CLASS B1608+656. Crédito: NASA, ESA, Digitized Sky Survey 2. - Reconhecimento: Davide De Martin - Música: movetwo

 Além do CLASS B1608+656, os astrônomos identificaram duas outras lentes gravitacionais dentro dessa imagem. Duas galáxias, denominadas Fred e Ginger, em homenagem aos pesquisadores que as estudaram, que contém massa suficiente para visivelmente distorcer a luz de objetos localizados além dela.

 Fred, também conhecida de maneira mais prosaica como [FMK2006] ACS J160919+6532, localiza-se perto das galáxias na lente em CLASS B1608+656, enquanto Ginger ([FMK2006] ACS J160910+6532) está muito mais perto de nós.

 Apesar da diferença em distância com relação a nós, ambas podem ser vistas perto do CLASS B1068+656 na região central dessa imagem do Hubble.

 Para capturar objetos distantes e apagados como esses, o Hubble necessita de uma longa exposição. A imagem foi feita com observações no visível e no infravermelho com um tempo total de exposição de 14 horas.

Imagens do Hubble podem parecer simples, mas está realmente tem uma notável profundidade de campo que nos permite ver mais do que meio caminho até a borda do Universo observável. Crédito: NASA & ESA

‣ Fonte (em inglês): Hubble Space Telescope
‣ Via: CiencTec

sábado, 19 de abril de 2014

Sonda Cassini pode ter testemunhado o nascimento de uma nova lua em Saturno

A perturbação visível na borda externa do anel de Saturno, nesta imagem da sonda Cassini, pode ser causada por um objeto, repetindo o processo de formação das luas geladas. Crédito: NASA/JPL-Caltech/Space Science Institute
 A sonda Cassini da NASA tem documentado a formação de um pequeno objeto congelado dentro dos anéis de Saturno que pode ser uma nova lua do gigante gasoso, e pode também fornecer pistas para a formação das luas já conhecidas do planeta.

 Imagens feitas pela câmera de ângulo restrito da sonda Cassini, em 15 de abril de 2013, mostram distúrbios na borda do Anel A de Saturno – o mais externo dos brilhantes anéis. Um desses distúrbios é um arco, cerca de 20% mais brilhante do que o ambiente ao redor, que tem cerca de 1.200 quilômetros de comprimento e 10 quilômetros de largura.

 Os cientistas também encontraram protuberâncias incomuns no perfil normalmente suave da borda do anel. Os cientistas acreditam que o arco e as protuberâncias sejam causados pelos efeitos gravitacionais de um objeto próximo.

 Detalhes das observações foram publicados na edição de 14 de abril de 2014 da revista Icarus. Não é esperado que o objeto cresça mais, e na verdade ele pode até se partir.

 Mas o processo da sua formação e o seu movimento contribui para o nosso entendimento sobre como as luas congeladas de Saturno, incluindo Titã e Encélado, possam ter se formado em anéis muito massivos há muito tempo atrás. Esses estudos também fornecem ideias sobre como a Terra e os outros planetas no nosso Sistema Solar, se formaram e migraram para longe do Sol.

 “Nós nunca tínhamos visto algo assim antes”, disse Carl Murray da Queen Mary University de Londres, e o principal autor do artigo que descreve a descoberta.

 “Nós podemos estar olhando para o ato de nascimento, onde esse objeto está apenas deixando os anéis e saindo para ser uma lua propriamente dita”.

 O objeto, informalmente chamado de Peggy, é muito pequeno para ser visto nas imagens. Os cientistas estimam que ele tenha provavelmente não mais do que 1 quilometro de diâmetro. As luas congeladas de Saturno variam de tamanho dependendo da sua proximidade com o planeta – quanto mais distante do planeta maiores elas são.

 E muitas luas de Saturno são compostas primariamente de gelo, já que são as partículas que formam os anéis. Com base nesses fatos, e outros indicadores, os pesquisadores propuseram recentemente que as luas congeladas se formam de partículas dos anéis e então se movem para longe do planeta, fundindo com outras luas no caminho.

 “Testemunhar o possível nascimento de uma pequena lua, é algo animador, e um evento inesperado”, disse Linda Spilker, cientista de projeto da Cassini no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, em Pasadena, na Califórnia.

 De acordo com Spilker, a órbita da Cassini será movida para mais perto da borda externa do Anel A no final de 2016 e fornecerá assim, uma oportunidade para estudar Peggy em mais detalhe e até mesmo, quem sabe, fazer imagens do pequeno satélite.

 É possível que o processo de formação de luas nos anéis de Saturno tenha terminado com Peggy, já que os anéis estão agora, muito depletados para gerar novas luas. Como provavelmente esse processo não será observado novamente, Murray e seus colegas estão tirando das observações tudo que eles podem aprender.

 “A teoria diz que Saturno há muito tempo atrás tinha um sistema de anéis mais massivo capaz de gerar grandes luas”, disse Murray.

 “À medida que as luas se formaram perto da borda, elas depletaram os anéis e evoluíram, assim, as que se formaram primeiro são as maiores e mais distantes”.

 A missão Cassini-Huygens é um projeto cooperativo da NASA, da Agência Espacial Europeia e da Agência Espacial Italiana. O Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês), uma divisão do Instituto de Tecnologia da Califórnia, gerencia a missão para o Science Mission Directorate da NASA em Washington.

-Para mais informações sobre a missão Cassini, visite (em inglês): www.nasa.gov/cassini.

‣ Fonte (em inglês): NASA
‣ Via: CiencTec