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quarta-feira, 7 de maio de 2014

Dentro da Nebulosa da Chama

Créditos da imagem: Em raios-X: NASA/CXC/PSU/K.Getman, E.Feigelson, M.Kuhn e a equipe Mystix & em infravermelho: NASA/JPL-Caltech
 Estrelas nascem muitas vezes em grupos e em nuvens gigantes de gás e poeira. Os astrônomos estudaram dois aglomerados de estrelas usando o Observatório de Raios-X Chandra da NASA e outros telescópios infravermelhos, e os resultados mostram que as ideias mais simples para o nascimento destes aglomerados não funcionam como descrito no último comunicado à imprensa.

 Esta imagem composta mostra um desses aglomerados, a NGC 2024, que se encontra no centro da Nebulosa da Chama, a cerca de 1,400 anos-luz da Terra. Nesta imagem, os raios-X capturados por Chandra são vistos na cor roxa, enquanto os dados em infravermelho capturados pelo Telescópio Espacial Spitzer também da NASA são representados nas cores vermelha, verde e azul.

 Um estudo de NGC 2024 e da Nebulosa de Órion, outra região onde muitas estrelas estão se formando, sugerem que as estrelas na periferia destes aglomerados são mais velhas do que as da região central. Isso é diferente do que a ideia mais simples de formação estelar prediz, onde nascem as estrelas pela primeira vez no centro de uma nuvem em colapso de gás e poeira quando a densidade é grande o suficiente.

 Uma equipe de pesquisas desenvolveu um processo de duas etapas para fazer essa descoberta. Primeiro, eles utilizaram os dados do Telescópio Chandra sobre o brilho das estrelas em raios-X para determinar suas massas.

 Em seguida, eles descobriram o quão brilhante estas estrelas estavam em luz infravermelha usando dados do Spitzer, do Telescópio 2MASS e do Telescópio Infravermelho do Reino Unido. Combinando estas informações com modelos teóricos, as idades das estrelas ao longo dos dois aglomerados puderam ser estimadas.

 De acordo com os novos resultados, as estrelas no centro da NGC 2024 possuem cerca de 200.000 anos, enquanto aquelas na periferia têm cerca de 1,5 milhões de anos de idade. Em Órion, a extensão de idade passou de 1.200 anos no meio do aglomerado, e de quase 2 milhões de anos para as estrelas em direção às bordas.

 As explicações para as novas descobertas podem ser agrupadas em três categorias gerais. A primeira, é que a formação de estrelas continua a ocorrer nas regiões interiores. Isso pode ter acontecido porque o gás nas regiões externas de uma nuvem de formação estelar é mais fino e mais difuso do que nas regiões interiores.

 Ao longo do tempo, se a densidade for inferior a um valor limiar, onde já não pode entrar em colapso para formar estrelas, a formação estelar cessará nas regiões exteriores, visto que as estrelas continuarão a se formar nas regiões do interior, o que conduzirá a uma concentração de estrelas jovens por lá.

 Outra sugestão é que as estrelas velhas tiveram mais tempo para afastar-se do centro do aglomerado, ou foram chutadas para fora por interações com outras estrelas.

 Por último, as observações poderiam explicar se as estrelas jovens são formadas em filamentos maciços de gás que caem em direção ao centro do aglomerado. A combinação dos dados de raios-X do Chandra e de dados em infravermelho é muito poderosa para o estudo de populações de estrelas jovens dessa forma.

 Com telescópios que detectam a luz visível, muitas estrelas são obscurecidas por poeira e gás nessas regiões de formação estelar, como mostra esta imagem óptica da região.

 Marshall Space Flight Center da NASA, em Huntsville, Alabama, gerencia o programa Chandra para a Diretoria de Missões Científicas da NASA em Washington. O Observatório Astrofísico Smithsonian, em Cambridge, Massachusetts, controla as operações científicas e de voo do Chandra.

‣ Fonte (em inglês): NASA
-Colaboração: Ivan Lopes

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