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segunda-feira, 24 de março de 2014

Telescópio Spitzer da NASA traz uma visão em 360 graus da Galáxia ao nosso alcance

Um novo panorama feito pelo Telescópio Espacial Spitzer da NASA, mostra-nos um plano de todo o caminho em torno de nós da nossa galáxia em luz infravermelha. Crédito: NASA/JPL-Caltech/Universidade de Wisconsin.
Passear pela Via Láctea agora é tão fácil como clicar em um botão, com o novo zoom nesse mosaico de 360 graus da NASA apresentado quinta-feira na conferência TEDActive 2014, em Vancouver, no Canadá.

O panorama da nossa galáxia repleta de estrelas é construído a partir de mais de 2 milhões de snapshots em infravermelho, tirados ao longo dos últimos 10 anos pelo Telescópio Espacial Spitzer da NASA.

“Se nós realmente fôssemos imprimir isso, precisaríamos de um outdoor tão grande quanto o do Rose Bowl Stadium para exibi-lo”, disse Robert Hurt, um especialista em imagens do Centro de Ciência Espacial Spitzer da NASA em Pasadena, Califórnia.

“Ao invés disso, criamos um visualizador digital que qualquer pessoa, até mesmo os astrônomos, pode usar”.

O mosaico de 20 gigapixels utiliza o Microsoft WorldWide Telescope como plataforma de visualização. Ele capta cerca de 3% do nosso céu, mas por se concentrar em uma faixa em torno da Terra onde se encontra o plano da Via Láctea, ele mostra mais da metade de todas as estrelas da galáxia.

A imagem, derivada principalmente do projeto Galactic Legacy Mid-Plane Survey Extraordinaire, ou GLIMPSE360, está on-line em: www.spitzer.caltech.edu/glimpse360

Spitzer, lançado ao espaço em 2003, passou mais de 10 anos estudando tudo, de asteroides em nosso Sistema Solar á galáxias mais remotas na borda do Universo observável. Nesse tempo, ele passou um total de 4,142 horas (172 dias) tirando fotos do disco, ou plano, da nossa galáxia Via Láctea em luz infravermelha.

Esta é a primeira vez em que essas imagens foram costuradas em uma única visão tão abrangente. Nossa galáxia é um disco espiral plano, o nosso Sistema Solar fica no exterior de um terço da Via Láctea em um de seus braços espirais. Quando olhamos para o centro de nossa galáxia, vemos uma região empoeirada e cheia de estrelas.

Telescópios de luz visível não enxergam tão longe nessa região, pois aumenta a quantidade de poeira com a distância, bloqueando a luz das estrelas. A luz infravermelha, no entanto, viaja através da poeira e permite que o telescópio Spitzer veja o centro da galáxia.

“Spitzer está nos ajudando a determinar onde se encontra a borda da Galáxia”, disse Ed Churchwell, co-líder da equipe GLIMPSE na Universidade de Wisconsin, Madison.

“Estamos mapeando o posicionamento dos braços espirais e traçando o formato da Galáxia”.

Usando dados do GLIMPSE, os astrônomos criaram o mapa mais preciso da grande barra central de estrelas que marca o centro da galáxia, revelando que essa barra pode ser um pouco maior do que se pensava anteriormente.

Imagens do GLIMPSE também mostraram uma galáxia repleta de bolhas. Essas estruturas de bolhas são cavidades ao redor de estrelas maciças, que sopram seus arredores com explosões e radiação.

Juntar todos os dados permite aos cientistas construir um modelo global de estrelas e de formação estelar na galáxia — que alguns chamam de “pulso” da Via Láctea. Spitzer pode ver estrelas tênues nos lugares mais remotos da nossa galáxia — regiões exteriores e mais escuras que foram largamente inexploradas anteriormente.

“Há um conjunto de muito mais estrelas de massa menor vistas agora em larga escala com Spitzer, permitindo um grande estudo”, disse Barbara Whitney, co-líder da equipe GLIMPSE na Universidade de Wisconsin, Madison.

“Spitzer é sensível o suficiente para pegá-las e iluminar todo o interior com as estrelas em formação”.

A equipe do Spitzer havia divulgado anteriormente uma compilação de imagens que mostrava 130 graus de nossa galáxia, com foco em sua parte central. A nova visão de 360 graus guiará o próximo Telescópio Espacial James Webb, da NASA, para os locais mais interessantes de formação estelar, onde ele irá fazer observações ainda mais detalhadas em infravermelho.

Algumas seções do mosaico GLIMPSE incluem dados de longo comprimento de onda a partir do Wide-field Infrared Survey Explorer ou WISE, da NASA, que digitalizou todo o céu em luz infravermelha.

Os dados GLIMPSE também fazem parte de um projeto de ciência cidadã, onde os usuários podem ajudar a catalogar bolhas e outros objetos em nossa galáxia Via Láctea.

Para participar, acesse (em inglês): www.milkywayproject.org

Mais informações sobre o Spitzer acesse (em inglês): www.nasa.gov/spitzer

Fonte (em inglês): NASA
Colaboração: Ivan Lopes

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