Uma estranha fita de energia e partículas, na borda do Sistema Solar é registrada pela primeira vez por uma sonda da NASA parece servir como um tipo de guia no céu, para o campo magnético interestelar, dizem os cientistas.
Comparando estudos feitos com telescópios na Terra com
observações feitas do espaço da misteriosa fita de energia do Sistema Solar,
que foi descoberta pela primeira vez pela Interstelar Boundary Explorer da NASA,
ou IBEX, em 2009, os cientistas estão aprendendo mais detalhes sobre as condições
existentes na fronteira do Sistema Solar.
O estudo também traz uma luz sobre o ambiente do Sol, que
protege o Sistema Solar dos raios cósmicos de alta energia.
“O que eu tenho sempre tentado fazer é estabelecer uma
conexão clara entre os raios cósmicos de alta energia, que nós estamos vendo,
do solo, e o que o IBEX está vendo do espaço”, disse Nathan Schwadron, físico da
Universidade de New Hampshire.
Anteriormente, mapas feitos de observações do solo,
mostravam aos pesquisadores que aglomerados de raios cósmicos – partículas de
energia extremamente alta que se originam nas supernovas – estavam relacionadas
com a fita do IBEX.
A fita é aproximadamente perpendicular ao campo magnético
interestelar, enquanto que o fluxo de raios cósmicos, na média, se orienta ao
longo do campo magnético. As partículas, propriamente ditas são criadas das interações
entre o vento solar e a matéria interestelar.
Num prazo mais longo, Schwadron, disse que trabalhos como
esse ajudarão os cientistas a entenderem mais sobre a fronteira existente entre
o nosso Sistema Solar e o espaço interestelar. Essa região, que somente uma missão – a sonda Voyager 1 da
NASA – alcançou e que os cientistas pouco sabem sobre como é esse ambiente.
A esfera de influência do Sol no Sistema Solar é conhecida
como heliosfera. O vento solar com partículas de alta energia fluiu dentro da
heliosfera e é empurrado contra os raios cósmicos de alta energia originados no
espaço interestelar. A zona de transição entre essas duas regiões é chamada de
heliosheath.
É aqui que o mistério começa: medidas feitas pela Voyager 1
do campo magnético da borda do espaço interestelar mostra uma direção
totalmente diferente do campo magnético que foi inferido pela fita do IBEX,
disse Schwadron.
“Nesse ponto, você diz a si mesmo que está errado? Qual
seria a razão para isso? Parece como se tivéssemos agora uma boa confirmação
independente de que a fita do IBEX está ordenada pelo campo magnético
interestelar e que nós sabemos que a Voyager 1 fez boas medidas”, disse Schwadron.
Os poucos estudos que examinam essa questão, mostram pouco
consenso. Um artigo de outubro de 2013, onde Schwadron é coautor, no
Astrophysical Journal Letters, argumenta que a Voyager 1 poderia estar medindo
o plasma interestelar vindo através das linhas de campo magnético, mas pode ainda
ser a própria heliosheath.
Isso vai de encontro com outras explicações da NASA e de
outros grupos de pesquisa que dizem que a Voyager 1, definitivamente já está no
meio interestelar.
Os pesquisadores notaram que a Voyager 1 está registrando
essa informação num local e num momento específico, mas os dados do IBEX são
coletados em distâncias maiores, e isso poderia estar levando às discrepâncias
encontradas.
“O que está realmente faltando aqui é o nosso conhecimento
da física”, disse Schwadron, adicionando que uma reconexão entre as linhas do
campo magnético poderiam ser um exemplo de algo que muda as condições na região
de fronteira.
Fonte (em inglês):
Space.com
Via: CiencTec
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