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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Estudos recentes tentam entender melhor a misteriosa fita de alta energia na fronteira do Sistema Solar

Um modelo dos campos magnéticos interestelares - deformação ao redor do exterior da nossa heliosfera, com base em dados da Interstellar Boundary Explorer, da NASA. A seta vermelha indica a direção em que o Sistema Solar se move através da galáxia. Crédito: NASA/IBEX/UNH

Uma estranha fita de energia e partículas, na borda do Sistema Solar é registrada pela primeira vez por uma sonda da NASA parece servir como um tipo de guia no céu, para o campo magnético interestelar, dizem os cientistas. 

Comparando estudos feitos com telescópios na Terra com observações feitas do espaço da misteriosa fita de energia do Sistema Solar, que foi descoberta pela primeira vez pela Interstelar Boundary Explorer da NASA, ou IBEX, em 2009, os cientistas estão aprendendo mais detalhes sobre as condições existentes na fronteira do Sistema Solar. 

O estudo também traz uma luz sobre o ambiente do Sol, que protege o Sistema Solar dos raios cósmicos de alta energia. 

“O que eu tenho sempre tentado fazer é estabelecer uma conexão clara entre os raios cósmicos de alta energia, que nós estamos vendo, do solo, e o que o IBEX está vendo do espaço”, disse Nathan Schwadron, físico da Universidade de New Hampshire. 

Anteriormente, mapas feitos de observações do solo, mostravam aos pesquisadores que aglomerados de raios cósmicos – partículas de energia extremamente alta que se originam nas supernovas – estavam relacionadas com a fita do IBEX. 

A fita é aproximadamente perpendicular ao campo magnético interestelar, enquanto que o fluxo de raios cósmicos, na média, se orienta ao longo do campo magnético. As partículas, propriamente ditas são criadas das interações entre o vento solar e a matéria interestelar. 

Num prazo mais longo, Schwadron, disse que trabalhos como esse ajudarão os cientistas a entenderem mais sobre a fronteira existente entre o nosso Sistema Solar e o espaço interestelar. Essa região, que somente uma missão – a sonda Voyager 1 da NASA – alcançou e que os cientistas pouco sabem sobre como é esse ambiente. 

A esfera de influência do Sol no Sistema Solar é conhecida como heliosfera. O vento solar com partículas de alta energia fluiu dentro da heliosfera e é empurrado contra os raios cósmicos de alta energia originados no espaço interestelar. A zona de transição entre essas duas regiões é chamada de heliosheath. 

É aqui que o mistério começa: medidas feitas pela Voyager 1 do campo magnético da borda do espaço interestelar mostra uma direção totalmente diferente do campo magnético que foi inferido pela fita do IBEX, disse Schwadron. 

“Nesse ponto, você diz a si mesmo que está errado? Qual seria a razão para isso? Parece como se tivéssemos agora uma boa confirmação independente de que a fita do IBEX está ordenada pelo campo magnético interestelar e que nós sabemos que a Voyager 1 fez boas medidas”, disse Schwadron. 

Intensidades de raios cósmicos (à esquerda) em comparação com as previsões (na direita) da IBEX da NASA. A semelhança entre essas observações e previsões suporta a direção do campo magnético local galáctico determinado a partir de observações feitas a partir do IBEX por partículas e energias muito mais baixas do que as observações de raios cósmicos mostradas aqui. A área azul representa regiões de fluxos mais baixos de raios cósmicos. As linhas cinza e branco, representa regiões separadas de diferentes tipos de energias – as inferiores acima da linha e as altas energias abaixo da linha. Crédito: Nathan Schwadron/UNH-EOS
Os poucos estudos que examinam essa questão, mostram pouco consenso. Um artigo de outubro de 2013, onde Schwadron é coautor, no Astrophysical Journal Letters, argumenta que a Voyager 1 poderia estar medindo o plasma interestelar vindo através das linhas de campo magnético, mas pode ainda ser a própria heliosheath. 

Isso vai de encontro com outras explicações da NASA e de outros grupos de pesquisa que dizem que a Voyager 1, definitivamente já está no meio interestelar. 

Os pesquisadores notaram que a Voyager 1 está registrando essa informação num local e num momento específico, mas os dados do IBEX são coletados em distâncias maiores, e isso poderia estar levando às discrepâncias encontradas. 

“O que está realmente faltando aqui é o nosso conhecimento da física”, disse Schwadron, adicionando que uma reconexão entre as linhas do campo magnético poderiam ser um exemplo de algo que muda as condições na região de fronteira.

Fonte (em inglês): Space.com
Via: CiencTec

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