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sábado, 21 de setembro de 2013

Rover Curiosity da NASA não detecta metano em Marte

Esta imagem mostra uma demonstração de laboratório da câmara de medição dentro do espectrômetro laser ajustável, um instrumento que faz parte da análise de amostras de investigação da NASA em Marte do rover Curiosity.
Dados do rover Curiosity da NASA revelaram que o ambiente marciano possui uma falta de metano.

Isso é uma surpresa para os pesquisadores já que dados anteriores reportados pelos cientistas norte-americanos e internacionais indicam detecções positivas.

O laboratório robô realizou extensos testes na busca por traços do metano marciano.

Se a atmosfera de Marte possuí traços do gás é uma questão de alto interesse por anos, pois o metano poderia ser um potencial sinal de vida, embora ele também seja produzido sem biologia alguma.

“Esse resultado importante ajudará a direcionar nossos esforços para examinar a possibilidade de vida em Marte”, disse Michael Meyer, cientista principal para a exploração de Marte.

“Essa descoberta reduz a probabilidade de uma atual produção de metano por micróbios marcianos, mas isso diz respeito a somente um tipo de metabolismo microbiano”.

“Como nós sabemos, existem muitos tipos de micróbios terrestres que não geram metano”.

O Curiosity analisou amostras da atmosfera marciana em busca de metano por seis vezes de Outubro de 2012 até Junho e não detectou nada.

Dada a sensibilidade do instrumento usado, o Tunable Laser Spectrometer, e a não detecção do gás, os cientistas calcularam que a quantidade de metano na atmosfera marciana hoje não deve ser maior que 1.3 partes por bilhão. Isso é aproximadamente um sexto das estimativas anteriores.

Os detalhes da descoberta foram publicados na edição da última quinta feira, 19 de Setembro de 2013 da revista Science Express e o artigo pode ser encontrado no final dessa matéria.

“Seria animador encontrar metano, mas nós temos uma grande confiança nas nossas medidas, e o progresso em expandir nosso conhecimento é o que realmente interessa”, disse o principal autor do artigo Chris Webster, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, na Califórnia.

“Nós medimos repetidamente desde a primavera marciana até o final do verão mas não detectamos metano”.

Webster é o principal cientista que trabalha com o espectrômetro, instrumento que faz parte do Sample Analysis at Mars, ou SAM.

Ele pode ser ajustado especificamente para detectar traços de metano.

O laboratório também pode concentrar qualquer metano para aumentar a habilidade na detecção do gás.

A equipe do rover usará esse método para checar por metano em concentrações abaixo de 1 parte por bilhão.

A Análise de Amostras em Marte (SAM), o maior dos 10 instrumentos científicos para a Mars Science missão Laboratory da NASA, vai examinar amostras de rochas marcianas, solo e atmosfera para obter informações sobre os produtos químicos que são importantes para a vida e outros indicadores químicos sobre o passado e o presente ambientes.
O metano, o hidrocarboneto mais abundante no nosso Sistema Solar, possui um átomo de carbono unido a quatro átomos de hidrogênio em cada molécula.

Relatos anteriores de concentrações localizadas de metano em 45 partes por bilhão em Marte, que despertaram o interesse na possibilidade de uma fonte biológica em Marte, foram baseados em observações da Terra e da órbita ao redor de Marte.

Contudo, as medidas do Curiosity não estão consistentes com essas concentrações, mesmo se o metano fosse disperso globalmente.

“Não existe uma maneira conhecida para o metano desaparecer rapidamente da atmosfera”, disse um dos coautores do artigo, Sushil Atreya da Universidade de Michigan em Ann Arbor.

“O metano é persistente. Ele duraria por centenas de anos na atmosfera marciana”.

“Sem uma maneira de retirar esse metano da atmosfera mais rapidamente, nossas medidas indicam que não se tem muito metano sendo colocado na atmosfera por qualquer outro mecanismo, seja biologia, geologia, ou por degradação ultravioleta de matéria orgânica, entregue a Marte por meio da queda de meteoritos ou por partículas de poeira interplanetária”.

A concentração mais alta de metano que poderia estar presente sem ser detectada pelas medidas do Curiosity não representam mais do que 10 a 20 toneladas por ano de metano entrando na atmosfera de Marte, estima Atreya.

Esse valor é 50 milhões de vezes menor do que a taxa de metano que entra na atmosfera da Terra.

O rover Curiosity pousou dentro da Cratera Gale em Marte em Agosto de 2012 e está investigando a evidência de um ambiente habitável no Planeta Vermelho.

O JPL gerencia a missão e construiu o rover para o Science Mission Directorate da NASA em Washington.

O conjunto de instrumentos Sample Analysis at Mars do rover foi desenvolvido pelo Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Md., com contribuições do instrumento do Goddard, JPL e da Universidade de Paris na França.

Para mais informações sobre a missão visite (em inglês): www.nasa.gov/msl e http://mars.jpl.nasa.gov/msl.

Para aprender mais sobre o instrumento SAM, visite (em inglês): http://ssed.gsfc.nasa.gov/sam/index.html.


Fonte: JPL - NASA
Via: Cienctec

Um comentário:

  1. A presença do metano pode ser cíclica. Isso indicaria presença de vida mais ativa em certas estações do ano...

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