Suas descobertas são tão marcantes que a renomada revista científica Science publicou 5 artigos, mais um editorial sobre as mais recentes análises feitas de resultados obtidos pelo rover Curiosity da NASA no interior da Cratera Gale em Marte.
A análise de rochas soltas, areia e poeira tem fornecido novos entendimentos dos processos locais e globais em Marte.
As análises das observações e as medidas feitas pelo instrumentos científicos do rover durante os primeiros quatro meses depois de seu pouso em Agosto de 2012 estão detalhadas em cinco artigos que foram publicados na edição de 27 de Setembro de 2013 da revista Science e que podem todos serem encontrados na íntegra no final dessa matéria.
Uma descoberta fundamental é que moléculas de água estão presas a partículas de solo de granulação fina, sendo responsáveis por dois por cento do peso das partículas na Cratera Gale, onde o Curiosity pousou.
Esse resultados tem implicações globais, pois esses materiais estão provavelmente distribuídos ao redor de todo o Planeta Vermelho.
Esses achados sobre tanto componentes cristalinos e não cristalinos no solo fornecem pistas sobre a história vulcânica do planeta.
Informações sobre a evolução da crosta marciana e as regiões mais profundas dentro do planeta vieram de análises mineralógicas do Curiosity de uma rocha ígnea do tamanho de um campo de futebol, chamada de Jake M.
As rochas ígneas se formam pelo resfriamento do material derretido que se origina bem abaixo da crosta.
As composições químicas das rochas podem ser usadas para se inferir sobre as condições térmicas, de pressão e químicas onde elas se cristalizaram.
“Nenhuma outra rocha em Marte é tão similar às rochas ígneas terrestres”, disse Edward Stolper, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, principal autor do artigo sobre essa análise.
“Isso é surpreendente pois estudos anteriores de rochas ígneas de Marte mostravam que essas rochas eram muito diferentes das rochas na Terra e da Jake M.”.
Os outros quatro artigos incluem análises da composição e do processo de formação de derivas pelo vento de areia e poeira, por David Blake, do Ames Research Center da NASA em Moffett Filed, na Califórnia e outros coautores.
A deriva tem uma história complexa e inclui partículas de areia com origens locais, bem como partículas mais finas que amostram a poeira marciana distribuída regionalmente ou até mesmo globalmente pelo vento.
O rover é equipado com um instrumento a laser para determinar a composição do material de uma certa distância.
Esse instrumento encontrou que o componente de partícula fina na deriva Rocknest se ajusta com a composição da poeira soprada pelo vento e contém moléculas de água.
O rover testou 139 alvos no solo em Rocknest e em outros lugares durante os primeiros três meses da missão e detectou hidrogênio – que os cientistas interpretam como água – toda vez que o laser atingiu um material de partícula fina.
“O componente de grão fino do solo tinha uma composição similar à poeira distribuída por todo o planeta Marte, e agora nós sabemos mais sobre a hidratação e a composição do sabíamos antes”, disse Pierre-Yves Meslin do Institut de Recherche em Astrophysique et Planétologie em Toulouse, na França e principal autor do artigo sobre os resultados do instrumento a laser.
Essa técnica, descoberta em 1912, é um padrão de laboratório para a identificação mineral na Terra.
O equipamento foi miniaturizado para se ajustar dentro da sonda que levou o Curiosity até Marte, e ainda manter os benefícios de equipamentos portáteis similares usados na Terra.
David Bish da Universidade de Bloomington foi o coautor do artigo sobre como a técnica foi usada e seus resultados em Rocknest.
Análises de raios-X não somente identificaram 10 distintos minerais, mas também encontraram uma inesperada grande porção da composição da Rocknest de ingredientes amorfos, ao invés de minerais cristalinos.
Materiais amorfos, similares a substância vítreas, são componentes de alguns depósitos vulcânicos na Terra.
Outro instrumento do laboratório identificou elementos químicos e isótopos em gases lançados pelo aquecimento do solo da Rocknest em minúsculos fornos.
Os isótopos são variantes de um mesmo elemento com peso atômico diferente.
Esses testes descobriram que a água faz parte de dois por cento do solo, e que as moléculas de água estão presas aos materiais amorfos no solo.
“A razão de isótopos de hidrogênio na água lançada de amostras cozidas do solo de Rocknest indicam que as moléculas de água presas às partículas de solo vieram de interações com a atmosfera moderna”, disse Laurie Leshin do Rensselaer Polytechnic Institute in Troy, N.Y., principal autora do artigo sobre as análises feitas com o instrumento de cozimento.
Essa descoberta no local equatorial onde se encontra o rover Curiosity sugere uma distribuição mais global.
Dados obtidos pelo Curiosity desde os primeiros quatro meses de missão do rover em Marte ainda estão sendo analisados.
O Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, uma divisão do Caltech em Pasadena, na Califórnia gerencia a missão para o Science Mission Directarate da NASA em Washington.
A missão é uma colaboração internacional contendo contribuições para instrumentos fundamentais do Canadá, Espanha, Rússia e França.
Para mais informações sobre a missão, visitem: www.jpl.nasa.gov/msl, www.nasa.gov/msl e http://mars.jpl.nasa.gov/msl.
Fonte (em inglês): JPL - NASA
Via: CiencTec
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