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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Planetas que flutuam livremente podem ter nascido independente da presença de uma estrela


Nuvens pequenas, arredondadas e frias no espaço possuem todas as características para formar planetas sem que haja uma estrela mãe.

Novas observações, feitas com os telescópios da Universidade de Tecnologia Chalmers, mostram que nem todos os planetas que flutuam livremente foram expelidos por um sistema planetário existente. Eles podem também ter nascidos livres.

Pesquisas prévias têm mostrado que existem cerca de 200 bilhões de planetas que flutuam livremente na nossa galáxia, a Via Láctea.

Até agora os cientistas acreditavam que esses planetas que não orbitam uma estrela precisavam ter sido ejetados de sistemas planetários existentes.

Novas observações de pequenas nuvens escuras no espaço, apontam para outra possibilidade, que alguns desses planetas que flutuam livremente se formaram sozinhos.

Uma equipe de astrônomos da Suécia e da Finlândia usaram alguns telescópios para observar a Neulosa Roseta, uma imensa nuvem de gás e poeira a 4600 anos-luz de distância da Terra na constelação de Monoceros (o Unicórnio).

Eles coletaram observações em ondas de rádio com o telescópio de 20 metros no Onsala Space Observatory na Suécia, em ondas submilimétricas com o APEX no Chile e em infravermelho com o New Technology Telescope (NTT) no Observatório de La Silla do ESO no Chile.

“A Nebulosa Roseta é o lar de mais de uma centena dessas pequenas nuvens – nós as chamamos de globuletes”, disse Gösta Gahm, astrônomo na Universidade de Estocolmo e líder do projeto.

“Elas são pequenas, cada uma com um diâmetro de menos de 50 vezes a distância entre a Terra e Netuno".

"Anteriormente nós éramos capazes de estimar que a maior parte delas tinham massas planetárias, menos de 13 vezes a massa de Júpiter".

"Agora nós temos medidas muito mais precisas da massa e da densidade para um grande número desses objetos, e nós temos também medidas precisas de quão rápido eles se movem com relação ao ambiente”, disse ele.


“Nós descobrimos que as globuletes são muito densas e compactas e muitas delas têm um centro muito denso".

"Isso nos diz que muitas delas colapsarão sob seu próprio peso e formarão planetas que flutuarão livremente".

"A mais massiva delas podem formar as chamadas anãs marrons”, disse Carina Persson, membro da equipe e astrônoma na Universidade de Tecnologia Chalmers.

Anãs marrons, algumas vezes chamadas de estrelas que falharam, são corpos que possuem massas entre a dos planetas e das estrelas.

O estudo mostra que as pequenas nuvens estão se movendo para fora através da Nebulosa Roseta a uma alta velocidade, aproximadamente 80000 quilômetros por hora.

“Nós pensamos que essas nuvens pequenas e arredondadas, se quebram de pilares empoeirados altos de gás que foram esculpidos pela intensa radiação de jovens estrelas".

"Elas têm sido aceleradas do centro da nebulosa graças à pressão da radiação das estrelas quentes em seu centro“, explica Minja Mäkelä, astrônomo na Universidade de Helsinki.

De acordo com Gösta Gahm e sua equipe, as pequenas nuvens escuras estão sendo expelidas da Nebulosa da Roseta.

Durante a história da Via Láctea, milhões de nebulosas como a Nebulosa da Roseta tem se formado e se apagado. Em todas essas, muitas globuletes podem ter se formado.

“Se essas pequenas e arredondadas nuvens formam planetas e anãs marrons, elas precisam ser atiradas como balas nas profundezas da Via Láctea”, disse Gösta Gahm.

“Existem tantas delas que elas poderiam ser uma significante fonte de planetas que flutuam livremente e que têm sido descobertos nos anos recentes”, disse ele.


Os astrônomos conhecem quase 900 planetas que orbitam outras estrelas além do Sol, mas, além disso, planetas que flutuam livremente também têm sido encontrados.

Alguns deles foram descobertos usando uma técnica chamada de micro lente, onde um planeta é encontrado quando ele passa em frente a uma estrela de fundo, fazendo com que ela temporariamente pareça mais brilhante.

Esse é um efeito previsto pela Teoria Geral da Relatividade de Einstein, onde a luz de uma estrela é desviada quando um planeta passa em frente dela, uma chamada lente gravitacional.

Os cientistas estimam que o número de planetas que flutuam livremente na nossa galáxia possa exceder os 200 bilhões.

A equipe observou as ondas de rádio das moléculas de monóxido de carbono usando o rádio telescópio de 20 metros no Observatório Espacial de Onsala, na Suécia, e a luz submilimétrica com o telescópio APEX a 5100 metros de altura no Deserto de Atacama no Chile.

O APEX é uma colaboração entre o Instituto Max Planck para Rádio Astronomia em Bonn, na Alemanha, Observatório Espacial Onsala e o ESO, com operações do telescópio no ESO.

Observações na luz infravermelha foram feitas usando o New Technology Telescope de 3.58 metros no Observatório de La Silla do ESO no Chile.

O Observatório Espacial Onsala é a instalação nacional para a rádio astronomia.

O observatório fornece aos pesquisadores equipamentos para estudar a Terra e o resto do universo.

Em Onsala, a 45 km ao sul de Gothenburg, ele opera dois rádio telescópios e uma estação no telescópio internacional Lofar.

Ele também participa de alguns projetos internacionais.

O observatório é operado pelo Departamento f Earth and Space Sciences na Universidade de Tecnologia de Chalmers, e é operado pelo Conselho de Pesquisa Sueco.


Fonte: Chalmers
Via: Cienctec

Um comentário:

  1. Interessante, e pode haver sistemas planetários onde a gravidade da estrela atraiu planetas e esses começaram sua órbita, porém sem ter desenvolvido junto com a estrela. Seriam planetas adotivos!

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