Durante seus primeiros cinco anos de sua missão primária, o Telescópio Espacial de Raios-Gama Fermi da NASA tem dado aos astrônomos um retrato altamente detalhado dos fenômenos mais extraordinários do universo, desde os gigantescos buracos negros no coração de galáxias distantes até tempestades que acontecem na Terra.
Mas o seu trabalho ainda não está feito.
No dia 11 de Agosto de 2013, o Fermi entrou na fase estendida de sua missão – que terá como objetivo estudar o cosmos de alta energia.
Esse é um significante passo em direção ao que a equipe de ciências planejou como objetivo de uma década de observações terminando em 2018.
“À medida que o Fermi começa o seu segundo ato, tanto a sonda como seus instrumentos permanecem em condições ótimas e a missão está entregando resultados científicos espetaculares”, disse Paul Hertz, diretor da divisão de astrofísica da NASA em Washington.
O Fermi tem revolucionado nossa visão do universo em raios-gama, a foram mais energética da luz.
As descobertas feitas pelo observatório incluem novas ideias sobre muitos dos processos de alta energia, desde as estrelas de neutros de alta rotação, também conhecidas como pulsares, dentro da nossa própria galáxia, até os jatos emitidos pelos buracos negros supermassivos localizados em jovens galáxias muito distantes.
O Large Area Telescope (LAT), o principal instrumento da missão, varre todo o céu a cada três horas.
O detector tem uma visão mais nítida, um campo de visão maior e cobre um intervalo maior de energia do que qualquer instrumento similar mandado ao espaço anteriormente.
“Enquanto o LAT nos fornece imagens altamente detalhadas do céu em raios-gama, ele revela simultaneamente quão dinâmico o universo é nessas altas energias”, disse Peter Michelson, o principal pesquisador do instrumento e professor de física na Universidade de Stanford, na Califórnia.
O segundo instrumento do Fermi, o Gamma-ray Burst Monitor, ou GBM, observa todo o céu em qualquer momento, exceto a porção bloqueada pela própria Terra.
Essa cobertura de todo o céu faz com que o Fermi detecte mais explosões de raios-gama, e com um intervalo de energia maior, do que qualquer outra missão.
Essas explosões, as mais poderosas do universo, acreditam-se acompanham o nascimento de novos buracos negros estelares.
“Mais de 1200 explosões de raios-gama, mais de 500 flares do nosso Sol e algumas centenas de flares de estrelas de nêutrons altamente magnetizadas na nossa galáxias têm sido observadas pelo GBM”, disse o principal pesquisador Bill Paciesas, um cientista sênior no Instituto de Ciência e Tecnologia da Associação de Universidades de Pesquisa Espacial em Huntsville, Ala.
O instrumento também tem detectado aproximadamente 800 flashes de raios-gama em tempestades.
Essas explosões duram somente poucos milionésimos de um segundo, mas elas estão entre a luz de mais alta energia que ocorre de forma natural na Terra.
Um dos resultados mais impressionantes do Fermi foi a descoberta de gigantescas bolhas que se estendem por mais de 25000 anos-luz acima e abaixo do plano da nossa galáxia.
Os cientistas pensam que essas estruturas podem ter se formado como um resultado de explosões passadas de um buraco negro – com uma massa de 4 milhões de sóis – que reside no coração da nossa galáxia.
Para garantir o sucesso da missão, a equipe está considerando uma nova estratégia de observação que fará com que o LAT realize exposições mais profundas da região central da Via Láctea, um reino cheio de pulsares e outras fontes de alta energia.
Essa área também é esperada para ser um dos melhores lugares para pesquisar por sinais de raios-gama provenientes da matéria escura, uma substância elusiva que nem emite e nem absorve luz visível.
De acordo com algumas teorias, a matéria escura consiste de partículas exóticas que produzem flashes de raios-gama quando elas interagem.
“Nos próximos anos, novas instalações astronômicas, explorando outros comprimentos de onda poderão complementar o Fermi dando a todos nós a nossa melhor imagem dos eventos mais poderosos do universo”, disse Julie McEnery, cientista de projeto da missão no Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Md.
O Telescópio Espacial de Raios-Gama Fermi da NASA é uma parceria de astrofísica e de física de partículas.
O Goddard gerencia a missão.
O telescópio foi desenvolvido em colaboração com o Escritório de Ciência do Departamento de Energia dos EUA, com contribuições de instituições acadêmicas nos EUA, na França, Alemanha, Itália, Japão e Suécia.
Fonte: NASA
Via: Cienctec
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