Observações feitas com o Observatório de Raios-X Chandra, da NASA têm revelado uma massiva nuvem de gás aquecido a milhões de graus a aproximadamente 60 milhões de anos-luz da Terra.
A nuvem de gás quente é provavelmente causada pela colisão entre uma galáxia anã e uma galáxia muito maior, chamada de NGC 1232.
Se confirmada, essa descoberta marcaria a primeira vez que esse tipo de colisão teria sido detectada somente em raios-X, e poderia ter implicações para o entendimento sobre como as galáxias crescem por meio de colisões similares.
Uma imagem combinando raios-X e dados da luz óptica mostra a cena dessa colisão.
O impacto entre a galáxia anã e a galáxia espiral causou uma onda de choque, que gerou gás quente com uma temperatura de aproximadamente 6 milhões de graus.
Os dados de raios-X do Chandra, em roxo, mostram o gás quente que tem a aparência de um cometa, gerado pelo movimento da galáxia anã.
Os dados ópticos, obtidos pelo Very Large Telescope do ESO revelam a galáxia espiral nas cores azul e branca.
Os raios-X apontam fontes que têm sido removidas da imagem com o objetivo de enfatizar a emissão difusa.
Perto da cabeça da emissão de raios-X na forma de cometa está uma região contendo algumas estrelas opticamente muito brilhantes e a emissão de raios-X é realçada.
O processo de formação de estrelas pode ter sido disparado pela onda de choque, produzindo estrelas massivas e brilhantes.
Nesse caso, a emissão de raios-X seria gerada por ventos de estrelas massivas e pelas partes remanescentes de explosões de supernovas à medida que as estrelas massivas se desenvolvem.
A massa de toda a nuvem de gás é incerta pois ela não pode ser determinada a partir de imagens bidimensionais se o gás quente está concentrado em uma fina panqueca ou distribuída sobre uma grande e esférica região.
Se o gás está numa panqueca, a massa é equivalente a quarenta mil sóis.
Se ele está espalhado uniformemente, a massa seria muito maior, aproximadamente três milhões de vezes a massa do Sol.
Essa variação está de acordo com os valores para as galáxias anãs no Grupo Local contendo a Via Láctea.
O gás quente deveria continuar brilhando em raios-X por dezenas a centenas de milhões de anos, dependendo da geometria da colisão.
A colisão por si só deveria durar cerca de 50 milhões de anos.
Pesquisar por grandes regiões de gás quente nas galáxias pode ser uma maneira de estimar a frequência das colisões com galáxias anãs e para entender quão importante esses eventos são no crescimento das galáxias.
Uma explicação alternativa da emissão de raios-X é que a nuvem de gás quente poderia ter sido produzida pelas supernovas e ventos quentes de grandes números de estrelas massivas, todas localizadas no mesmo lado da galáxia.
A falta de evidência das esperadas feições de rádio, infravermelho e óptico argumentam contra essa possibilidade.
Um artigo escrito por Gordon Garmire do Instituto Huntingdon para a Astronomia de Raios-X, descreve esses resultados e foi publicado na edição de 10 de Junho de 2013 do The Astrophysical Journal.
O Marshall Space Flight Center da NASA em Huntsville, Ala., gerencia o programa Chandra para o Science Mission Directorate da NASA em Washington.
O Smithsonian Astrophysical Observatory, controla as operações científicas e de voo do Chandra desde Cambridge, Mass.
Via: Cienctec
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