A análise detalhada e revisada confirmou a interpretação inicial, dada pelos pesquisadores sobre um seixo investigado pelo rover Curiosity em Marte, no ano passado: Ele é parte de um antigo leito.
As rochas são as primeiras encontradas em Marte contendo cascalhos de leito. O tamanho e a forma dos cascalhos mergulhados nas rochas conglomerados – do tamanho de partículas de areia até o tamanho de bolas de golfe – permitiu que os pesquisadores calculassem a profundidade e a velocidade com que a água fluía nesse local.
“Nós completamos a mais rigorosa quantificação de afloramentos para caracterizar a distribuição do tamanho e o grau de arredondamento dos seixos e das areias que constituem esse conglomerado”, disse Rebecca Williams do Planetary Science Institute, em Tucson, no Arizona, e principal autora de um artigo publicado na revista Science dessa semana que relata as descobertas. “Nós finalizamos com o cálculo no mesmo intervalo que a nossa estimativa inicial havia obtido. No mínimo, o fluxo fluiu a uma velocidade equivalente ao de o andar de uma pessoa – um metro, ou três pés, por segundo – e tinha uma profundidade que variava da altura do tornozelo até a altura do quadril”.
Três rochas parecidas com um pavimento foram examinadas com a capacidade de telefoto da Mast Camera (Mastcam) do rover Curiosity durante os primeiros dias de permanência do rover em solo marciano e são a base para esse novo relatório. Uma apelidada de Goulburn está localizada imediatamente adjacente ao local onde o rover pousou, local esse chamado de Bradbury Landing. As outras duas, apelidadas de Link e Hottah, estão a 50 e 100 metros a sudeste, respectivamente. Os pesquisadores também usaram o instrumento Chemistry and Camera (ChemCam) que atira laser para investigar a rocha Link.
Os maiores seixos não estão distribuídos de foram uniforme nas rochas conglomerados. Na rocha Hottah, os pesquisadores detectaram uma alternância entre camadas ricas em seixo e camadas de areia. Isso é comum em depósitos de leito de rio na Terra e fornece uma evidência adicional para o fluxo em Marte. Em adição a isso, muitos dos seixos estão se tocando, um sinal de que eles rolaram ao longo do leito desse fluxo.
“Nossa análise sobre o grau de arredondamento dos seixos fornecerá mais informações”, disse Sanjeev Gupta, do Imperial College em Londres, um co-autor do novo relatório. “O arredondamento indica um fluxo sustentado. Isso ocorre à medida que os seixos se chocam múltiplas vezes. Esse não foi um fluxo único. Ele foi sustentado, certamente mais do que semanas e meses, apesar de não podermos dizer por quanto tempo”.
O fluxo carregou o cascalho por alguns quilômetros, estimam os pesquisadores.
A atmosfera do planeta Marte moderno é muito fina para fazer um fluxo sustentado de água possível, apesar do planeta abrigar grande quantidade de gelo de água. Alguns tipos de evidências têm indicado que o antigo planeta Marte teve diversos ambientes com água líquida. Contudo, nenhuma rocha encontrada até então, a não ser essas encontradas pelo rover Curiosity poderiam fornecer informação sobre o tipo de fluxo publicado essa semana. Imagens feitas pelo Curiosity das rochas conglomerados indicam que as condições atmosféricas na Cratera Gale, permitiram uma vez que o fluxo de água líquida pudesse acontecer na superfície marciana.
Durante a sua missão primária de dois anos, os pesquisadores estão usando os 10 instrumentos científicos do Curiosity para acessar a história ambiental na Cratera Gale em Marte, onde o rover já encontrou evidências de antigas condições ambientais favoráveis para a vida microbiana.
Para mais informações sobre o Curiosity, online, visitem: www.jpl.nasa.gov/msl, www.nasa.gov/msl e www.mars.jpl.nasa.gov/msl.
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Via: Cienctec






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