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quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O flamejante fenômeno do nascimento e morte das estrelas

Imagem da região de formação estelar NGC 2035 obtida pelo Very Large Telescope do ESO
 
A Grande Nuvem de Magalhães é uma das galáxias mais próximas da nossa. Os astrônomos usaram o poder do Very Large Telescope do ESO para explorar com grande detalhe a NGC 2035, umas das suas regiões menos bem conhecidas. Esta nova imagem mostra nuvens de gás e poeira onde estrelas quentes se estão a formar, ao mesmo tempo que esculpem formas estranhas no seu meio circundante. Mas a imagem mostra também os efeitos da morte das estrelas - filamentos criados por uma explosão de supernova (à esquerda da imagem). Crédito: ESO
A Grande Nuvem de Magalhães é uma das galáxias mais próximas da nossa. 

Os astrônomos usaram o poder do Very Large Telescope (VLT) do ESO para explorar umas das suas regiões menos bem conhecidas. 

Esta nova imagem mostra nuvens de gás e poeira onde estrelas quentes se estão a formar, ao mesmo tempo que esculpem formas estranhas no seu meio circundante. 

Mas a imagem mostra também os efeitos da morte das estrelas - filamentos criados por uma explosão de supernova. 

Situada a apenas 160,000 anos-luz de distância da Terra na constelação do Espadarte, a Grande Nuvem de Magalhães é uma das nossas vizinhas galácticas mais próximas. 

Encontra-se a formar estrelas de forma ativa em regiões que são tão brilhantes que algumas podem ser vistas a olho nu a partir da Terra, tais como a Nebulosa da Tarântula. 

Esta nova imagem, obtida com o Very Large Telescope do ESO, instalado no Observatório do Paranal no Chile, explora uma região chamada NGC 2035 ou Nebulosa da Cabeça de Dragão (à direita na imagem). 

A NGC 2035 é uma região HII, ou nebulosa de emissão, constituída por nuvens de gás que brilham devido à radiação intensa emitida por estrelas jovens. 

Esta radiação arranca electrões dos átomos do gás, que eventualmente se recombinam com outros átomos emitindo radiação. 

Misturados com o gás estão nodos densos escuros de poeira que absorvem a radiação em vez de a emitirem, criando assim ao longo da nebulosa troços estreitos intrincados e formas escuras. 

As formas filamentares que podem ser vistas na imagem à esquerda, não são o resultado da formação estelar, mas sim da morte das estrelas. 

A região de formação estelar NGC 2035 na constelação do Espadarte
Este mapa mostra a constelação austral do Espadarte, onde estão assinaladas a maioria das estrelas que podem ser vistas a olho nu num céu escuro. A região de formação estelar NGC 2035 na Grande Nuvem de Magalhães está indicada com um círculo vermelho. A nebulosa propriamente dita aparece como uma mancha ténue e difusa quando observada com telescópios amadores, embora as estrelas brilhantes associadas a esta região possam ver-se facilmente. Créditos: ESO, IAU and Sky & Telescope
Foram criadas por um dos fenômenos mais violentos do Universo - a explosão de uma supernova. 

Estas explosões são tão brilhantes que muitas vezes ofuscam brevemente toda a galáxia, antes de se desvanecerem ao longo de várias semanas ou meses. 

Ao inspecionar a imagem pode ser difícil apercebermo-nos do tamanho destas nuvens, que têm uma dimensão de várias centenas de anos-luz e que não se encontram na nossa galáxia, mas muito para além dela. 

A Grande Nuvem de Magalhães é enorme, mas quando comparada com a nossa própria galáxia é muito modesta em extensão, tendo apenas uns 14,000 anos-luz - cerca de dez vezes menos que o tamanho da Via Láctea. 

Esta imagem foi obtida no âmbito do programa Jóias Cósmicas do ESO com o instrumento FORS (FOcal Reducer and low dispersion Spectrograph) montado no Very Large Telescope do ESO, que se situa no Observatório do Paranal, no Chile. 

Imagem de grande angular de uma parte da Grande Nuvem de Magalhães
Esta imagem de grande angular mostra várias regiões de formação estelar na constelação do Espadarte. Estas nuvens brilhantes de gás estão situadas na Grande Nuvem de Magalhães, uma das galáxias satélite da Via Láctea. A região brilhante um pouco à esquerda do centro é a NGC 2035. Esta imagem foi criada a partir de dados do Digitized Sky Survey 2. Créditos: ESO/Digitized Sky Survey 2. Acknowledgement: Davide De Martin
Os restos deixados pela explosão de supernova que podem ser vistos na imagem são chamados SNR 0536-67.6. 

O programa Jóias Cósmicas do ESO trata-se duma iniciativa que visa obter imagens de objetos interessantes, intrigantes ou visualmente atrativos, utilizando os telescópios do ESO, para efeitos de educação e divulgação científica. 

O programa utiliza tempo de telescópio que não pode ser usado para observações científicas. 

Todos os dados obtidos podem ter igualmente interesse científico e são por isso postos à disposição dos astrônomos através do arquivo científico do ESO.

Zoom em direção à região de formação estelar NGC 2035
Esta sequência zoom começa com uma vista de grande angular de todo o céu. Aproximamo-nos gradualmente da Grande Nuvem de Magalhães, uma pequena galáxia vizinha da nossa Via Láctea. A imagem final de pormenor foi obtida pelo VLT e mostra a NGC 2035, uma região de formação estelar que tem um resto adjacente criado por uma explosão de supernova. Créditos: ESO/Digitized Sky Survey 2/Nick Risinger/Robert Gendler. Music: John Dyson

O ESO é a mais importante organização europeia intergovernamental para a investigação em astronomia e é o observatório astronômico mais produtivo do mundo. 

O ESO é  financiado por 15 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Brasil, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Itália, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia e Suíça. 

O ESO destaca-se por levar a cabo um programa de trabalhos ambicioso, focado na concepção, construção e funcionamento de observatórios astronômicos terrestres de ponta, que possibilitam aos astrônomos importantes descobertas científicas. 

O ESO também tem um papel importante na promoção e organização de cooperação na investigação astronômica. 

O ESO mantém em funcionamento três observatórios de ponta, no Chile: La Silla, Paranal e Chajnantor. 

No Paranal, o ESO opera o Very Large Telescope, o observatório astronômico óptico mais avançado do mundo e dois telescópios de rastreio. 

O VISTA, o maior telescópio de rastreio do mundo que trabalha no infravermelho e o VLT Survey Telescope, o maior telescópio concebido exclusivamente para mapear os céus no visível. 

O ESO é o parceiro europeu do revolucionário telescópio ALMA, o maior projeto astronômico que existe atualmente. 

O ESO encontra-se a planear o European Extremely Large Telescope, E-ELT, um telescópio de 39 metros que observará na banda do visível e do infravermelho próximo. 

O E-ELT será “o maior olho do mundo virado para o céu”.

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