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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

China pousa na Lua: Tudo sobre o histórico pouso realizado pela terceira nação a chegar em solo lunar

Este gráfico é uma representação da Chang'e 3 com painéis solares implantados em superposição nas imagens de seu local de aterragem na Baía da lua de Rainbows. Crédito pela imagem: China Aerospace Science and Technology Corporation
A China pousou sua primeira sonda robótica na Lua, uma chegada histórica que fez o país ser somente a terceira nação a ter feiro um pouso suave no vizinho celeste da Terra.

O módulo de pouso lunar Chang’e 3 da China e o rover Yutu tocaram a Lua, nesse sábado, dia 14 de dezembro de 2013 às 1311 GMT (11:11, hora de Brasília), na China e no centro de controle da missão já era tarde da noite quando o feito histórico aconteceu.

Esse é o primeiro pouso suave na Lua em 37 anos. 

A sonda Chang’e 3 foi lançada rumo a Lua no dia 2 de dezembro de 2013 para começar uma viagem de duas semanas até a superfície lunar.

A sonda chegou na órbita lunar aproximadamente 5 dias depois do lançamento, e então começou a se preparar para o pouso.

Uma câmera a bordo da sonda fez 59 imagens da Lua durante a sua descida, incluindo uma visão direta da superfície lunar um pouco depois do pouso. 

A primeira foto da Lua pelo módulo lunar chinês Chang'e 3, de uma transmissão por CNTV canal de notícias estatal do país em 14 de dezembro de 2013. Chang'e 3 entrega o rover Yutu para a Lua com o seu bem sucedido pouso. Crédito pela imagem: CNTV
Seguida de uma queima de motor no sábado, a nave lunar desceu sozinha para a superfície lunar automaticamente, fazendo um pouso suave na Baía dos Arco-Íris no hemisfério norte da Lua.

A descida da órbita lunar para a superfície levou 12 minutos. 

O pouso suave da nave Chang’e 3 foi chamado de “os 12 minutos negros”, sendo a etapa mais complicada durante toda a missão, disse Wu Weiren, projetista chefe do programa lunar. 

Crédito pela imagem: China National Space Administration
Pouco depois de pousar a Chang’e 3 armou seus painéis solares vitais, que durante o pouso estavam dobrados para começar a gerar energia para a sua missão na superfície do nosso satélite.

Espera-se agora que o módulo de pouso libere o rover instrumental Yutu, construído para andar pelo terreno empoeirado e intemperizado por 3 meses. 

O pouso lunar da sonda Chang’e 3 da China é o primeiro na Lua desde 1976.

Desde que a sonda Luna 24 da antiga União Soviética fez uma missão de retorno de amostras da superfície da Lua por meio de um pouso suave nenhuma outra missão havia sido enviada para a Lua.

O último pouso na Lua feito pela NASA foi em 1972 durante a missão Apollo 17. 

Crédito pela imagem: Beijing Institute of Spacecraft System Engineering
O rover Yutu (nome que significa Coelho Jade) recebeu esse nome em homenagem ao coelho de pelúcia que viaja com a deusa Chang’e até a Lua nas lendas chinesas.

A Chang’e 3 é a terceira missão chinesa para a Lua a carregar esse nome, mas a primeira a pousar na Lua.

As primeiras duas sondas chinesas somente orbitaram o nosso satélite. 

O rover Yutu de seis rodas é um veículo movido a energia solar equipado com câmeras, um braço robótico equipado com instrumentos científicos e um sistema de radar acoplado na sua parte inferior. 

Esta foto do módulo lunar chinês Chang'e 3 mostra o terreno do local de um bem-sucedido pouso na Lua. Esta imagem foi transmitido ao vivo para a Terra e transmitido pela CNTV canal de notícias estatal. Crédito pela imagem: CNTV
O módulo de pouso que ficará estacionário na superfície da Lua também realizará observações da Terra, observações astronômicas bem como observará o rover Yutu se movendo pelo solo lunar. 

A sonda Chang’e 3 transmitiu imagens ao vivo à medida que se aproximava da superfície da Lua. 

“Parece que a Chang’e 3 decidiu onde irá pousar”, disse um comentarista da TV chinesa CNTV durante a transmissão da descida. 

Aplausos foram ouvidos do centro de controle da missão da Chang’e 3 quando o módulo pousou na Lua. 

“China consegue com sucesso pousar pela primeira vez uma sonda na Lua”, era o banner que aparecia no canal de notícias CCTV. 

Pouca poeira parece ter sido dispersada durante o pouso, à medida que o motor do veículo era cortado logo acima da superfície como o planejado.

O módulo de pouso Chang’e 3 então desceu e tocou o terreno. 

Existe outro toque da história espacial que marcou o pouso da Chang’e 3 na Lua.

“Aqui está um ângulo interessante”, disse James Rice, um membro da equipe científica do Mars Exploration Rover Project, no Mars Space Flight Facility na Universidade Estadual do Arizona.

“Nessa data, em 1972, Gene Cernan da Apollo 17 deu seus últimos passos na superfície da Lua, antes de escalar a bordo do módulo lunar Challenger e deixar a superfície do satélite”. 


Cernan serviu como comendante da missão Apollo 17, que foi a última missão Apollo da NASA a pousar na Lua com astronautas. 

“Esse é um grande dia para a ciência e para a exploração lunar, com o primeiro pouso na superfície da Lua, desde a missão Soviética em 1976”, disse Clive Neal, importante cientista lunar do Departamento de Engenharia Civil e de Ciências da Terra da Universidade de Notre Dame. 

“Parabéns para a equipe da Chang’e 3 e para a China”, disse Neal. 

A Agência Espacial Europeia (ESA) e a China National Space Administration no Centro Europeu de Operações Espaciais da Agência Espacial Europeia (ESOC) em Darmstadt, Alemanha, celebram o pouso lunar da Chang'e 3. Estações terrestres da ESA continuará a monitorar os sinais do sonda da China na Lua. Crédito pela imagem: ESOC
Neal disse que o pouso da Chang’e 3 “demonstra o potencial para renovar a exploração robótica da Lua que inevitavelmente levará a novas descobertas científicas. Eu estou muito animado com isso”. 

“De um ponto de vista mais amplo, a ressurgência de um interesse na Lua é um sinal importante que a Lua não é somente um artefato da história…mas um novo mundo que é importante para o nosso futuro”, disse Bob Richards, cofundador da Moon Express, um grupo de empreendedores privados norte-americanos que trabalha no seu próprio sistema de pouso na Lua. 

“Já de um ponto de vista mais restrito, eu espero que os EUA se inspirem para suportar um retorno para a Lua através de programas privados potentes juntamente com parcerias e iniciativas governamentais”, disse Richards. 

Richards, disse que a China pousando na Lua representa uma nova era da expansão humana no espaço. 

“Eu espero que os EUA e outros países retornem para a Lua como uma fronteira da exploração e do desenvolvimento econômico internacional”, disse ele. 

“As primeiras duas nações a alcançarem a superfície da Lua estavam numa corrida para ver quem fazia isso primeiro”, disse Richards.

“A China tornou-se a terceira nação a pousar na Lua num contexto mais amplo de um comprometimento nacional para a exploração lunar de longo prazo”.

“Eu tenho esperança de que o futuro da exploração da humanidade e o desenvolvimento da Lua se desdobre com paz e prosperidade para todos na Terra”. 

“De volta a superfície da Lua…parabéns para a equipe da Chang’e 3″, disse Mark Robinson da Escola da Terra e da Exploração Espacial da Universidade Estadual do Arizona.

Robinson é o principal pesquisador da Lunar Reconnaissance Orbiter Camera (LROC) que está a bordo da sonda Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), na órbita da Lua. 

“Muitos, em todo o mundo estavam esperando décadas por esse momento”, disse Robinson.

“Eu não posso esperar para ver as imagens do rover, do módulo de pouso e da paisagem!!!!”. 

Equipe de controle da missão Chang'e 3 aplaude após a bem-sucedida aterrissagem do Chang'e 3 levando o rover Yutu em 14 de dezembro de 2013. Este ponto de vista é de uma transmissão pela CNTV estatal. Crédito pela imagem: CNTV
No final da última sexta-feira, 13 de dezembro de 2013, a NASA lançou um comunicado oficial sobre a missão Chang’e 3 da China, exaltando os benefícios científicos da missão.

“O pouso lunar da China pode fornecer dados científicos adicionais para as sondas da NASA”, disse a agência.

“Os cientistas estão usando quatro sondas da NASA atualmente para estudar a Lua e essas sondas poderão utilizar os novos dados da sonda Chang’e 3”.

“Os pesquisadores dos EUA e de outros países estão vendo essa iniciativa como uma oportunidade para novos avanços científicos que poderiam melhorar os estudos e as observações da atmosfera lunar”. 

O pouso robótico da China, aconteceu pouco depois da chegada da sonda LADEE da NASA (Lunar Atmosphere and Dust Environment Explorer), que foi lançada em setembro de 2013.

A LRO da NASA e duas outras sondas norte-americanas – chamadas de Acceleration, Reconnection, Turbulence and Electrodynamics of Moon’s Interaction with the Sun, ou ARTEMIS – continuam suas missões. 

“Embora não exista uma cooperação entre os EUA e a China, nessas missões, os pesquisadores norte-americano poderiam ver um interesse científico potencial nesse pouso.

Os dados no futuro ficarão disponíveis para a comunidade científica”, disse a NASA em seu comunicado. 

O pouso lunar da China foi suportado pelas estações de rastreio do espaço profundo da Agência Espacial Europeia. 

“Nós ainda estamos ficando fortes, mas muitas horas ainda estão por vir. Até agora o suporte foi impecável”, disse Erik Soerensen, chefe das instalações de terra e serviços externos no European Space Operations Centre da ESA (ESOC) em Darmstadt, na Alemanha. 

A fase de descida lunar da sonda Chang’e 3 foi suportada pelo terminal de raio telescópio da ESA em New Norcia, no oeste da Austrália.

A estação de New Norcia registrou os sinais de rádio do módulo de pouso chinês durante a sua descida e o seu pouso.

Esse suporte ajudará os chineses a reconstruírem a trajetória para futuras referências.

A estação de New Norcia será complementada com a estação de Cebreros da ESA no oeste da Espanha, para fornecer a determinação da posição exata onde o módulo de pouso Chang’e 3 tocou a superfície da Lua.

Fonte (em inglês): Space.com
Via: CiencTec

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