A prova fotográfica está aí. Os relatos sobre o falecimento do cometa ISON foram muito exagerados.
Ao contrário de algumas previsões pessimistas, novos dados do Hubble mostram que o cometa ainda caminha à medida que ele caí em direção a Marte e fica cada vez mais perto do Sol.
Essa nova imagem, registrada pelo Hubble em 9 de Outubro de 2013, combina longas exposições feitas através dos filtros azul e vermelho.
Por mais de 29 minutos, o Hubble ficou trocando os filtros à medida que rastreava o cometa ISON pelo céu.
O pouco de cor apresentado pelo ISON se deve às diferenças entre a coma do cometa e a sua cauda.
A cauda, composta de partículas de poeira arrancadas do cometa pela pressão da luz do Sol, aparece mais avermelhada devido aos grãos de poeira refletirem a luz avermelhada.
A coma, em contraste é mais azulada. Ela não possui muita poeira, apenas gás sublimando da superfície do cometa.
O núcleo do cometa, estimado em ter no mínimo 2 quilômetros de diâmetro, é pequeno mesmo aos olhos do Hubble.
Um simples pixel nessa imagem se espalha por 55 km do cometa, fazendo com que o núcleo não seja resolvido nessa separação, no momento da foto o cometa estava a aproximadamente uma distância equivalente ao dobro da distância entre a Terra e o Sol.
Ainda assim, estudos cuidadosos dessa imagem sugerem que o núcleo está praticamente intacto – a coma se espalha de maneira uniforme a partir de um único ponto, o que não veríamos se o ISON estivesse despedaçado.
De fato, a simetria da coma do ISON sugere que o toda a superfície do cometa de frente para o Sol está alimentando a coma – nenhum jato de gás foi visto nessa imagem.
Sem os jatos para girá-lo, o ISON provavelmente não sofrerá muita rotação.
Isso sugere um excitante futuro potencial: talvez exista um lado escuro do ISON, que nunca verá a luz do dia até que o cometa circule o Sol.
Se esse material primitivo ainda existir, o ISON pode tornar-se mais ativo do que nós esperamos atualmente.
Um mistério ainda persiste. Como tem o ISON provocado previsões que vão desde “mais brilhante do que a Lua” até “totalmente desintegrado”?
Simplificando, o ISON chegou cedo. Quando foi descoberto pela primeira vez, passando por Júpiter, o ISON estava realmente brilhante.
Extrapolando esses dados da primeira observação fizeram com que o ISON parecesse ‘ficar ainda mais brilhante quando estivesse mais próximo – e quando isso não aconteceu, a cobertura da imprensa de maneira em geral oscilou chamando o cometa ISON de uma grande decepção.
De acordo com Mike A’Heran, da Universidade de Maryland, essa é a maldição desses cometas dinamicamente novos, incluindo o infame Kohoutek.
Nos primeiros quatro bilhões de anos de suas vidas, o ISON nunca ficou sobre o guarda-chuva protetor do vento solar.
Sem essa proteção, a superfície do cometa foi bombardeada por raios cósmicos galácticos: partículas de alta energia expelidas de locais exóticos no Universo como os anéis dos buracos negros.
Essa superfície irradiada se torna frágil e volátil – um pouco de calor proveniente do Sol é necessário para sublimar uma grande quantidade de gás fazendo com que o brilho do ISON surgisse cedo.
Essa é apenas uma interpretação – Karen Meech da Universidade do Havaí, argumenta que uma explosão de monóxido de carbono explica melhor o brilho pré-maturo – mas as consequências ainda permanecem.
O ISON tem sido julgado injustamente com base no próprio padrão que estabeleceram para ele.
Então na imagem acima nós podemos observar o cometa ISON de forma dicromática, ainda com uma peça só, na rota rumo ao Sol.
Esperamos que ele sobreviva ao seu destino, calor e gravidade – pelo menos o suficiente para iluminar os céus antes do amanhecer em Dezembro de 2013. O que mais podemos pedir a ele?
Acompanhe abaixo o vídeo (em inglês) com os especialistas da NASA, de sites e de blogs, discutindo tudo sobre o cometa ISON e as últimas imagens lançadas pelo Hubble.
Fonte (em inglês): Hubble
Via: CiencTec
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