A paisagem marciana muitas vezes deve a sua existência à influência da água líquida e do gelo.
Essa imagem mostra um par de formas de relevo que podem resultar da perda de grande quantidade de gelo de depósitos na superfície: padrões poligonais de calhas e grandes depressões em forma de vieira. Coletivamente essas formas de relevo são denominadas como “thermokarst”.
O gelo congelado normalmente é forte e suporta o peso do solo sobreposto.
Mas quando o gelo é perdido através do derretimento ou da sublimação, a superfície suportada pode subsidir ou colapsar em cavidades que crescem gradativamente deixadas para trás pela perda do gelo.
As formas das depressões resultantes podem nos oferecer pistas (e deixar questões) sobre a origem do gelo.
Sob as condições climáticas apropriadas o gelo pode se formar e sazonalmente se acumular em uma rede de fraturas que aparece quando o solo rico em gelo se contrai a cada inverno.
Na Terra essa forma do gelo em subsuperfície é chamada de cunha de gelo.
Condições especiais são necessárias para esse gelo se acumular e desenvolver uma grande cunha, nominalmente temperatura mais quente e abundante água na superfície.
Uma espessa camada de solo úmido se forma permitindo que a água o percole nas fraturas de contração abertas dentro da camada.
Mais tarde, a perda dessa cunha de gelo, por sublimação, por exemplo, resulta em profundas depressões marcando a rede de colmeia.
Da mesma forma as maiores depressões podem apontar para um clima passado de um depósito congelado ou de acumulações locais de neve trazida pelo vento coletada em cavidades.
Esses depósitos de gelo na superfície poderiam mais tarde serem cobertos pelo solo e pela poeira.
Em ambos os casos, o atual clima de Marte, frio e seco não é o ideal para formar nenhuma dessas formas de gelo soterrado.
Portanto, pode-se concluir que essas formas de relevo apontam para um clima mais quente, mas ainda frio no passado geológico do Planeta Vermelho.
Fonte: HiRISE
Via: Cienctec
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