Os resultados deste trabalho foram publicados na versão online da revista Nature em 9 de fevereiro de 2015. Uma equipe de astrônomos liderada por Miguel Santander-García (Observatório Astronômico Nacional da Espanha e do Instituto de Ciencia de Materiales de Madrid), descobriu um par de estrelas anãs brancas — minúsculos restos estelares extremamente densos — bastante próximas uma da outra, com uma massa total cerca de 1,8 vezes a massa solar.
supernova do tipo Ia.
A equipe que descobriu este par massivo estava, na verdade, resolvendo um outro problema, que consistia em saber como é que algumas estrelas produzem nebulosas de formas tão estranhas e assimétricas nas fases finais de suas vidas.
Um dos objetos que estes astrônomos estudaram foi a nebulosa planetária conhecida pelo nome de Henize 2-428. “Quando observamos a estrela central deste objeto com o Very Large Telescope, descobrimos não uma, mas duas estrelas no centro desta nuvem brilhante estranhamente envergadas”, diz o coautor do trabalho, Henri Boffin.
“Foi nessa altura que tivemos a maior surpresa”, revela Romano Corradi, outro autor do estudo e pesquisador no Instituto de Astrofísica de Canarias (IAC) em Santa Cruz de Tenerife, Espanha. A equipe descobriu que cada uma das estrelas tem uma massa ligeiramente inferior à do nosso Sol, e que orbitam uma em torno da outra a cada quatro horas.
relatividade geral de Einstein, se aproximem cada vez mais em um movimento espiral, devido à emissão de ondas gravitacionais, antes de eventualmente fundirem-se numa única estrela. A estrela resultante terá tanta massa que nada a impedirá de colapsar sobre si própria e subsequentemente explodir sobre a forma de supernova.
“Até agora, a formação de supernovas do tipo Ia pela fusão de duas anãs brancas era puramente teórica”, explica David Jones, coautor do artigo que descreve os resultados e bolsista do ESO na época em que os dados foram obtidos.
“O par de estrelas no coração da Henize 2-428 é finalmente a observação que confirma a teoria, trata-se de um sistema bastante enigmático", conclui Santander.
Esta sequência de vídeo apresenta uma concepção artística da região central da nebulosa planetária Henize 2-428. Crédito: © ESO/L. Calçada
O Limite de Chandrasekhar é a maior massa que uma estrela anã branca pode ter para resistir ao colapso gravitacional, este valor é cerca de 1,4 vezes a massa do Sol. As supernovas do tipo Ia ocorrem quando a anã branca adquire massa extra — por acreção de massa de uma companheira ou por fusão com outra anã branca.
Esta sequência de vídeo começa com uma observação da maior parte do céu e conclui-se com uma nova imagem da estranha nebulosa planetária Henize 2-428. O núcleo deste objeto consiste em duas estrelas anãs brancas. Crédito: © ESO/Digitized Sky Survey 2/N. Risinger (skysurvey.org). Música: movetwo
As nebulosas planetárias não têm semelhanças com planetas. O nome surgiu no século 18, pois alguns destes objetos assemelhavam-se a discos de planetas distantes quando observados através de pequenos telescópios.
‣ Fonte: ESO (European Southern Observatory)
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