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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Radiotelescópio captou pela primeira vez uma rápida explosão de ondas de rádio ao vivo

Concepção artística de uma estrela de nêutrons — uma das possíveis fontes para ás rápidas explosões de ondas de rádio. Crédito: © NASA
  Um grupo internacional de cientistas, utilizando um radiotelescópio de 64 metros no Observatório Parkes, no leste da Austrália, observou uma rápida explosão de rádio que ocorreu ao vivo. Nos últimos anos, os radioastrônomos têm observado um novo fenômeno — uma breve explosão de ondas de rádio — que dura poucos milissegundos.

  Esse tipo de fenômeno foi observado pela primeira vez em 2007, quando os cientistas vasculharam os dados nos arquivos do Observatório Parkes. Desde então, eles conseguiram observar mais seis explosões como esta nos dados dos radiotelescópios, uma sétima explosão foi encontrada nos dados obtidos pelo Radiotelescópio de Arecibo em Porto Rico.


  Esses sinais foram quase todos descobertos muito tempo depois deles terem ocorrido, mas desde então, os radioastrônomos começaram a buscar especificamente por esse tipo de sinal no momento em que eles acontecem.

  Agora, uma equipe de radioastrônomos liderada por Emily Petroff da Universidade de Tecnologia de Swinburne e do Australia Telescope National Facility, obteve sucesso em observar a primeira explosão ao vivo.

  “Essas explosões eram geralmente descobertas em semanas, meses ou até mesmo em uma década depois que elas ocorreriam, nós fomos os primeiros a registrar esse tipo de sinal em tempo real”, disse Petroff, que é a principal autora de um artigo publicado na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society e que descreve a descoberta.

  As características do evento, referenciado como FRB 140514, indicam que a fonte da explosão estava localizada a mais de 5.5 bilhões de anos-luz da Terra.

  “Essa explosão libera aproximadamente a mesma quantidade de energia em poucos milissegundos equivalente à energia liberada pelo Sol em um dia”, disse a coautora Dra. Daniele Malesani do Dark Cosmology Centre da University of Copenhagen.

  O FRB 140514 deixou outra pista para a sua identidade, mas uma pista enigmática. O Observatório Parkes, capturou sua polarização — algo que não tinha sido registrado nas demais explosões. A polarização pode ser imaginada como a direção na qual as ondas eletromagnéticas como as de luz e de rádio vibram, ela pode ser tanto linear como circular.

  A emissão de rádio da fonte FRB 140514 foi mais de 20% polarizada de maneira circular — o que nos dá uma pista da existência de campos magnéticos próximo da fonte.

  “Juntas, as nossas observações permitiram que os cientistas pudessem definir as fontes propostas para as explosões, incluindo supernovas próximas”, disse o coautor Dra. Mansi Kasliwal do Carnegie Institution for Science.

  “Explosões curtas de raios gama, ainda são uma possibilidade, além das distantes estrelas de nêutrons magnéticas, já as longas explosões de raios gama não são cogitadas como fonte”.

  “Identificar a origem das rápidas explosões de rádio é uma questão de tempo, nós armamos a armadilha, agora é só esperarmos para que uma nova explosão caia nela”, disse Petroff.

‣ Fonte (em inglês): Sci-News.com
‣ Via: CiencTec

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